Portugal tinha ainda um outro factor em seu desfavor. Dispunha, teoricamente, de um outro lugar A1, dito «à titre personel», que Jorge Braga de Macedo deixara quando veio para ministro das Finanças e que não se mostrava interessado em ocupar; só encarava sair de lhe atribuíssem o valor da elevada indemnização conhecida como o «Artigo 50.º», o que a Comissão sempre lhe recusou. Assim, e por opção pessoal, Macedo privava o país de um lugar no topo da hierarquia comunitária (só ele pode ocupar esse lugar) e dava acrescida razão aos que afirmavam que Portugal excedia já a sua «quota».
Pressionado pelo PSD, que reclamava o afastamento de António Cavaco para nomear um DG da sua confiança política, o governo de António Guterres fez insistentes diligências junto dos serviços da Comissão, a começar pelo próprio Prodi, envolvendo o novo comissário que tinha a seu cargo as questões de pessoal, Niel Kinnock. Pretendia garantir que, com a saída de António Cavaco para o gabinete de Vitorino, Portugal continuava a ter direito ao «seu» DG.
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