Jaime Gama, na parte final do seu longo consulado à frente das Necessidades (o somatório dos anos apenas foi suplantado por Andrade Corvo no Século XIX...) parece que fez tudo para acabar com os secretários de Estado, até ficar cercado de «directores-gerais» na Cooperação, nos Assuntos Europeus e nas Comunidades. O ministro perdeu politicamente com isso.
Martins da Cruz não teve a sorte de Gama, não contando logo à partida com secretários de Estado a sério. Começou e continua com menos que «directores-gerais», ressalvando-se a relativa excepção dos Assuntos Europeus, onde Carlos Costa Neves ainda não deu provas do que, segundo consta, vale . A verdade é que os homens da Cooperação e das Comunidades não aguentam a pedalada do ministro que é uma das boas, grandes e inesperadas surpresas do governo de Durão Barroso. António Lourenço dos Santos e José de Almeida Cesário, política e diplomaticamente, não existem. Estariam bem a cercar a parte final de Jaime Gama que tanto ficou a dever aos bons secretários de Estado da sua fase incial (José Lamego, por exemplo, para se evocar a primeira limpeza). Martins da Cruz, nesta sua etapa inicial, mereceria secretários de Estado dinâmicos, com golpe de asa, com pensamento estruturado, enfim, com aquela sabedoria que faz inspirar confiança na política externa, qualidade que não se exige a chefes de divisão. Já é tarde para se acreditar em reabilitações e não falemos dos episódios.
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