Só um poeta que tenha escrito o Modo Mudando e A Sombra das Figuras poderia executar a proeza de Vasco Graça Moura ao definir João de Deus Pinheiro como O Homem Certo.
E onde está a proeza? Ora, se alguma ideia certa permanece indelével na memória dos Portugueses sobre João de Deus Pinheiro é a de ter sido ele Ministro dos Negócios Estrangeiros e de a sua ida para Bruxelas, como Comissário Europeu ter sido um ressarcimento do tipo de «modo mudando», depois do divulgadíssimo braço de ferro com o seu Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Durão Barroso, e de episódios que, entre outros, pesam na consciência do ex-jornalista Paulo Portas e levaram o ex-ministro a ganho em tribunal. Pois Vasco Graça Moura consegue a proeza de omitir a referência directa e clara a esse título e cargo que inequivocamente marca a sombra das figuras que se notabilizam nas Necessidades, quer pela acção criativa quer infelizmente também pelo disparate abafado. estamos perante mais um caso de geometria variável, o bordão que celebrizou Deus Pinheiro como Chefe da Diplomacia.
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