Briefing da Uma. Apenas esperaram una horita, como se diz no México...
1 – Europeias.
2 – Cimeira de Guadalajara.
3 – Movimento Diplomático... da Finlândia.
4 – Desempenho de Teresa Gouveia.
1 – (Começou a campanha para as Europeias. Pode fazer o balanço do primeiro dia?) - «Esse dia, como diz a canção, deve ser o primeiro dia do resto da vida destas eleições. Os 24 a eleger foram há muito pré-determinados pelos partidos à base de cálculos do género “poderemos ficar com menos um ou com mais um” e pouco mais. Nos meios diplomáticos que seguem as questões europeias, a substância dos discursos políticos dos candidatos é geralmente confrangedor e em muitos casos enganoso, questionando-se se o mais que certo alto nível de abstenção equivalerá a mera indiferença –o que será normal nos países do Directório Tácito, ou a pronunciada hostilização. Ainda é cedo para se avaliar.»
2 – (A Cimeira de Guadalajara vai produzir uma declaração, já fixada em substância pelos Ministros de Negócios Estrangeiros sob a forma de projecto. Vão sair grandes novidades do México?) - «A Declaração de Guadalajara – cidade onde, por sinal, foi constituída ou forjada a Conferência Ibero-Americana, terá 104 pontos, a maior partes dos quais não excedem o óbvio. Uma dezena de pontos envolvem algum litígio, sobretudo verbal, e com alguma importância é o que se relaciona com o almejado relançamento das negociações de acordos de livre comércio entre a UE, em separado com o Mercado Comum das Caraíbas e o conjunto dos países do Pacto Andino. A questão pendente com o Mercosul incide neste momento num problema de calendário, podendo a UE e o espaço em última análise liderado pelo Brasil fixar o mês de Outubro próximo como data limite para a efectivação da que será a zona mais vasta de comércio livre do mundo. A grande curiosidade vai, pois, para o México que integra a NAFTA (com Canadá e EUA) e que não desejará ficar marginalizado do processo de diálogo com a UE, independentemente da evolução da ALCA.»
3 – (O senhor privilegia sistematicamente o Quai d’Orsay para zurzir nas práticas informativas das Necessidades. E até recorre, de vez em quando à forma e teor da informação institucional da Secretaria de Estado do Vaticano para ridicularizar a chancelaria portuguesa. Não acha isso um exagero e uma obsessão execrável?) - «É possível que tenha razão nesse desabafo. Deve estar a referir-se, por exemplo, à maneira como as Necessidades dão conta do movimento diplomático. Mas veja o que acontece na Finlândia que mesmo agora revela já a designação de embaixadores que vão ocupar postos importantes apenas em Fevereiro de 2005! Quando chegarem aos vossos computadores cliquem aqui e leiam, leiam aqui clicando... Os procedimentos em Portugal estão longe até dos da Finlândia.»
4 – (É uma surpresa para si o facto de Teresa Gouveia, na sondagem da Marktest para o DN, surgir como membro do governo com actuação mais positiva?) - «Não é surpresa. Teresa Gouveia jamais disse a um embaixador “você não merece o ordenado que recebe”, nunca disse a um qualquer cônsul-geral “Esteja calado”, jamais telefonou a um secretário de Estado dizendo-lhe às 23 da noite “Está exonerado às 9 horas de amanhã” e, ao que se sabe, nunca se dirigiu aos serviços de informática do MNE ordenando “Ponham um cavalo de Tróia no computador de Notas Verbais”... Pelo contrário, diz aos espertos da informática das Necessidades “Informem-me de tudo o que Notas Verbais dizem para eu ter em conta”, diz aos secretário de Estado “Tenha a maior acuidade”, diz ao embaixador “Procure ser o melhor no seu género” e diz ao cônsul “Leia Saramago e acalme-se”... Como é que a Marktest poderia concluir o contrário?»
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