Teresa Gouveia fez bem dedicar dois dias para contactos na Cidade do México onde Portugal, por acaso, até tem um grande embaixador: Manuel Marcelo Curto. A MNE reuniu-se hoje com o chefe da chancelaria mexicana, Luís Ernesto Derbez. Alguma cois pode isso resultar. Aguardemos.
E fez bem porque, em matéria de relacionamentos no espaço latino-americano, Portugal só faz mal em ficar amarrado em demasia ao Brasil ou quase em exclusivo. Portugal faz bem abrir, o que, ainda em anos recentes, qualquer tentativa nesse sentido irritava a diplomacia de Madrid que considera o México um exclusivo seu.
Aliás, lá está também Carlos Tavares (encontros com os secretários de Estado mexicanos –equivalentes a ministros – da Economia, Fernando Canales, da Fazenda e Crédito Público, Francisco Gil e da Energia, Luís Filipe Calderón e ainda com o governador do Banco do México, Guillermo Ortiz); lá está Pedro Roseta e lá está a secretária de Estado do Comércio, Maria do Rosário Ventura. Se Teresa Gouveia não fosse, a santissima trindade ministerial não estaria completa, faltando-lhe algum espírito santo. Por outras palavras: a ausência de Teresa seria mais notada que a presença.
É claro que uma nota das Necessidades destaca que a presença de três ministros portugueses em simultâneo na Cidade do México «acontece pela primeira vez em 160 anos de relacionamento entre os dois países»... Não será muito importante que a coisa aconteça pela primeira vez, será mais importante que não façam turismo político que, como se sabe, é uma queda acentuada dos decisores portugueses.
Nos anos mais recentes, desde 2001 convenhamos, o México «sentiu» Portugal com o périplo europeu do Presidente Fox (encontros com Sampaio e Guterres) no mesmo ano que Durão Barroso visitou esse país ainda na qualidade de deputado. Em 2002, lá foi também o bom Luís Amado, como secretário de Estado dos negócios Estrangeiros, mas para um acontecimento multilateral – a cimeira de Monterrey – o que proporcionou a Sampaio um pequeno almoço com o seu homólogo Presidente Fox. E nada mais.
Ora bem, quais são então os instrumentos de trabalho que sobretudo Teresa Gouveia e Carlos Tavares contam à partida, independentemente dos fogachos tais como a instituição da Cátedra Saramago na Universidade Autónoma do México, um protocolo entre a Biblioteca Nacional do Campo Grande e a Biblioteca Palafoxiana de Puebla (onde se encontra um manuscrito do Padre António Vieira, imaginem mas haverá uma explicação que fica para telegrama posterior) ou ainda, noutro azimute, o lançamento da Câmara Portuguesa de Comércio no México?
Os instrumentos contam-se pelos dedos das duas mãos: exactamente dez.
A saber:
Tudo isto é muito pouco para um País como o México.
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