
Ora a demora, o arrastamento ou a forma como a decisão da prorrogação da presença da segurança portuguesa disponibilizada para o Iraque foi tomada e sobretudo gerida, não só feriu a moral dos que estão lá, como também chegou a contaminar a moral dos que vão partir. E a moral de uma força de segurança que no terreno acaba por funcionar como tropa a sério num cenário militar e de guerra evidente, não se levanta com meia dúzia de reportagens para revistas de fim de semana, nem como se chegou a pensar com um cantor cuja voz por si só já será um risco moral, e muito menos com uma bola de futebol autografada por um craque como aquela que Teresa Gouveia lá foi colocar no perfeito jeito de tiro curvo da política. Mas também, de modo nenhum, tal moral se eleva com este ambiente de «desresponsabilização» pela presença da GNR no Iraque, em jogos formais que não deixam de ser jogos florais. O assunto é sério demais. Se num primeiro momento - o inicial - se admitia uma discussão entre os órgãos de soberania sobre quem é competente para assumir a decisão, retomar esse jogo de pinque-pongue agora, é coisa trágica, repercute-se na moral da GNR e faz desfalecer a diplomacia implicada no caso e, já agora, também implicada no terreno.
C. A.
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