10 novembro 2004

A tal Paz. Dez perguntas.

1 -Então é preciso haver um Martins da Cruz a fazer acertos de contas privadas para os diplomatas portugueses se agitarem?
2 - É necessário chegar à hora crucial das promoções para os diplomatas descobrirem planos inclinados portugueses por todo o lado?
3 - É necessário uma Teresa Gouveia a riscar o céu como uma estrela cadente para os diplomatas fazerem exercícios com o benefício da dúvida como se isto fosse telescópio de astrónomos?
4 - É necessário haver um, dois, três ou talvez quatro «talibãs» a agirem no momento aziago das colocações para os diplomatas espremerem a intriga que é um fruto português que dá sumo como nenhum?
5 - É necessário que haja um Secretário de Estado a fazer disparates nos consulados onde a honra tantes vezes é honorária, nas viagens que são circuitos e nos planos que não são planos, para os diplomatas abanarem as portuguesas cabeças para um lado ou para o outro conforme a pressão ou o grupo de pressão?
6 - É necessário haver diplomacia paralela para que não se questione a diplomacia curva, a diplomacia secante e a diplomacia tangente?
7 - É necessário estalar o escândalo de um cunha para a diplomacia acertar a hierarquia familiar dos cunhados?
8 - É necessário que não haja «massa», que não haja uma resma de A4 e nem sequer haja um rolo para o fax para que se escrutine as questões de fundo da política externa e da actividade diplomática?
9 - É necessário haver mais chefes que índios para os chefes fazerem sinais de fumo para os que eles julgam que são índios?
10 - É necessário que haja postos de primeira para que caia o Carmo e a Trindade por causa dos postos de segunda e de terceira?

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