E foi assim que por aí se disse que Kofi Annan iria convidar Vitorino para Alto Comissário para os Refugiados pelo que chapa convidada, chapa nomeada; se disse também que Vitorino que tinha revelado a recusa do convite nem se sabendo exactamente quem terá feito essa patifaria. E por tudo o que se disse, a ideia é que nas Nações Unidas será assim: Kofi Annan quer, o homem é nomeado e a obra sonha (a ordem das coisas será esta...)
Só que não é assim, e por não ser assim pede-se a quem de direito (Vitorino é de direito) que não mostrem e muito menos traduzam jornais portugueses a Kofi Annan. Deixem passar uma quarentena.
Na verdade e pelo estatuto aprovado em 1949, o Alto Comissário para os Refugiados é designado pela Assembleia Geral da ONU sob recomendação do Secretário-Geral e não mais, porque a recomendação pode não ser aceite. Não há convites para aceitação do cargo, quando muito haverá aquiescência para a apresentação de uma recomendação... sendo que a aquiescência convirá que seja tão discreta como a recusa, para não se inviabilizar outras aquiescências.
Foi o que aconteceu com Lubbers até ao desastre da resignação a que se viu forçado. Lubbers foi inicialmente aprovado pela Assembleia Geral para um mandato de três anos que expirou em Outubro de 2003, tendo então Kofi Annan solicitado à assembleia mundial o prolongamento desse mandato por mais dois anos com termo previsto em 31 de Dezembro deste ano da graça que é 2005.
Mas Lubbbers resignou e acabou da pior maneira. Como é que, na comunicação social e pela comunicação social, alguém pode afirmar que Lubbers convidou? Resignou e faz convites? E como é que Annan pode convencer alguém sem previamente saber se uma recomendação sua será aceite pela Assembleia Geral?
Já sobre António Monteiro, ainda diremos umas coisas. Mas antes disso há que agradecer desde já a Freitas do Amaral ter aceitado o cargo de MNE... Obrigado Freitas do Amaral!
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