Como nos rituais religiosos, nas entregas de taças e nos fados com guitarras a trinar à luz de velas, a posse do XVII Governo fez lembrar o terceiro infinito que Pierre Teilhard de Chardin acrescentou aos dois
infinitamentes já conhecidos - o pequeno e o grande. Ele acrescentou o
infinitamente complexo.
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Os jornais, amanhã, dirão que Sampaio lançou sérias advertências (lança sempre) ou que apaziguou a Política (como sempre apaziguou) ; que Sócrates quer o referendo europeu e autárquicas em simultâneo (de facto, se ambas as consultas são autárquicas não se descortina nisso novidade) . Ah, sim, os medicamentos, também falou de medicamentos, de três prioridades mais três pilares, e como já vem sendo hábito não haver, entre nós, homem de Estado que não faça uso da rima em grande frase, está lá surgiu com o seu querer «transformar o Portugal das Fatalidades no Portugal das Oportunidades". Haveria outras mais palavras para fazer métrica e rima de mesmo efeito tais como Comunidades, Sumidades, Equidades, Incorruptibilidades, Virtualidades e até… Necessidades! Qualquer palavra destas rimaria, e a frase não deixaria de ser grande, de Estado e apta para título de jornal, mas não sairíamos, por aí, como Sócrates não saiu, da lógica que vai do infinitamente grande e ao infinitamente pequeno que foram os dois
infinitamentes que testemunharam a posse - o outro, o infinitamente complexo não entrou na Ajuda e nem entraria mesmo que tivesse sido convidado.
Oportunidades… o que é isso, Sócrates? Há palavras que já estão infinitamente gastas pela XVII Vez Constitucional...
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