21 abril 2005

Agapito... «Rebuliço, meu caro!»

A um canto dos claustros, o embaixador Agapito tirou o gigarro dos lábios para rir - com um riso que seria diplomaticamente reservado, se uma das peludas sobrancelhas não subisse uns bons sete centímetros acima da outra nessa cara de cardeal com a cultura de conclave que impera nas Necessidades:

«Meu caro! Você com essa do barómetro meteu o Camões em rebuliço! Muitos querem votar mas só em casa... E pelas minhas fontes, até o pessoal do Cervantes quer votar! Você arranja cada uma! Rebuliço, meu caro! Mas aqui para nós só tenho curiosidade em saber o voto dos secretários de Estado Gomes Cravinho e António Braga!»

Dito isto, Agapito voltou a colocar o cigarro na credencial dos lábios arfando com uma enorme fumaça preta para os ares.

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