28 abril 2005

Queixa de Riade. Os efeitos das gestões de JG, MC e TG...

Queixa-se o embaixador em Riade, o ministro plenipotenciário de 1.ª classe, Henrique Silveira Borges, de que não tem na missão o diplomata que deveria tratar dos assuntos da secção consular (tarda a nomeação ou tarda que haja candidat...) e queixa-se ainda de que, como um mal não vem só, nem sequer conta com um vice-cônsul (o que lá estava, ao que se sabe, foi afastado compulsivamente, sem que a vaga tenha sido preenchida).

E como surgiu o caso bicudo de um português preso pelas autoridades locais do Dubai por bicudos motivos (o Dubai não é propriamente o paraíso relativista de Cascais ou de Albufeira...), por aí se disse que o embaixador português escreveu à família do detido pedindo-lhe para alertar, supostamente as Necessidades, sobre a falta de condições e meios para fazer o que, em casos que tais, compete às autoridades consulares.

Neste episódio, é claro que lamentamos que o embaixador Silveira Borges não tenha comunicado a Notas Verbais a situação em que se encontra e as condições em que a missão portuguesa em Riade se arrasta pelos dias. Em Notas Verbais, desde o início, temos alertado para a situação de ruptura vivida em parte significativa das nossas representações diplomáticas, designadamente quanto a secções consulares. A rede de vice-cônsules foi literalmente decapitada (muitos aguentaram-se para além do previsto porque «sabiam demais»), o ministro António Monteiro bem tentou enfim começar a resolver o problema mas o problema tem anos, passou de governo para governo...

É também claro e notório que quando o escândalo estala – como agora estalou implicando a embaixada em Riade – não faltam rádios nem faltarão jornais a falar estrondosamente do caso enquanto escândalo porque pela certa lá prenderá efemeramente atenções. Aliás, apenas se presta atenção ao escândalo quando a atenção equivale ao efémero. As causas e os responsáveis que deliberadamente ou por omissão não formulam os problemas, não está nos hábitos que subam à dignidade do noticiário quotidiano.

Meu caro Silveira Borges: para a próxima escreva a tempo para NV!

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