Quarto milagre. E aí temos a Rùssia convertida. Serguei Narichkin (foto) ainda não falou e já por cá se saúda com enorme entusiasmo a conversão da Rússia a Manuel Pinho, até porque Serguei Narichkin não é apenas vice-primeiro-ministro, é «um dos possíveis candidatos à sucessão de Vladimir Putin». mas antes de candidato todavia possível, Serguei Narichkin dirige a comissão bilateral russo-portuguesa para a cooperação económica e científica, e é assim que vem. Grande fé, portanto, na assinatura de «uma série de acordos com vista a impulsionar as relações económicas entre Portugal e a Rússia» envolvendo «investimentos russos de milhões de euros». Para já o credo no turismo definido pelo nosso magnífico jornalismo de investigação como «um dos sectores onde a cooperação se poderá desenvolver mais rapidamente, tendo até agora sido travada pela deficiente ligação aérea directa entre Moscovo e Lisboa». E então, aí vêm os aviões Boeing 575, da Krasair, já a partir de 3 de Julho, com dois voos semanais entre cá e lá, que antes deste milagre havia apenas um voo directo o que é pouco menos, diga-se de passagem, mas os milhões de euros virão dos céus oxalá que sem problemas como problemas têm dado noutrass paragens quando os céus não são transparentes. Mas o que importa isto? Nada, quando a fé é grande, e, além disso, sempre se trata de um dos possíveis candidatos à sucessão de Putin a fazer fé no impossível. Mas, além disso, reza o jornalismo de investigação, vai manter-se no Verão o virtuoso charter semanal entre Moscovo e Faro. Mas, claro, se no ano passado, apenas uns 14 mil turistas russos visitaram Portugal, desconhecendo-se quantos em trabalho temporário, o aumento desse número dependerá consideravelmente, para além das ligações aéreas directas, de «o Governo de Lisboa investir na publicidade de Portugal como destino turístico» - o que, para além de ser óbvio, põe os artigos de fé em crise, até porque, pesando bem o pode parecer milagre, este resume-se, por enquanto, à assinatura de um acordo de reserva de terreno para a instalação de uma nova fábrica de etileno em Sines, entre Basílio Horta (API) e o director da Campanhia Nacional de Gás da Rússia, Mikhail Guenkin, um investimento russo que poderá rondar os 65 milhões de euros. Resta saber.
E é isto.
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