20 julho 2007

À Soares

Mário Soares rompe o silêncio e grava para o jornalista Daniel Schmidt, do dietageszeitung. Dois alvos principais, lá de fora: Berlim e Londres, poupando Paris, Madrid e Roma. Domésticamente: um balde de água fria sobre euforias sorridentes, uma picada em múmias paralíticas e ostensivo desafio à zona cinzenta do sim-sem-dúvida-mas-todavia-sabe-se-lá.

    1. «Agora não há tratado nenhum, há apenas um mandato para um tratado que não substitui nenhum dos tratados existentes, uma autêntica confusão»...
    2. ...tudo «porque a Grã-Bretanha não quer uma Europa federal, quer uma zona de comércio livre, e mais nada».
    3. Assim, se o Reino Unido não quer Constituição, união política e Europa federal, «os outros países não deviam prender-se com Londres».
    4. Até porque «a Alemanha, como maior país da União Europeia, passou a bola a um país pequeno e relativamente fraco, em vez de a enfiar na baliza».
    5. Com o abandono do Tratado Constitucional, «tudo o que se parecesse com uma Europa federal, que estivesse em condições de desempenhar um papel importante na política mundial foi assim riscado».
    6. E se a PP2007 fracassar no projecto de tratado reformador «então, deixará de haver Europa».
    7. Na cimeira de Junho (Bruxelas), Merkel «ajoelhou-se perante britânicos e polacos, porque a Constituição Europeia já tinha sido ratificada por 18 países, e outros dois, Portugal e a Irlanda, estavam prestes a ratificá-la, mas dois países conseguiram não apenas bloqueá-la, mas fazê-la recuar».
    8. Em alemão, está tudo → AQUI na edição electrónica do Tageszeitung, resumindo-se, em português, que Mário Soares receia que Portugal não consiga levar a bom porto a prioridade das prioridades da PP2007.

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