30 maio 2008

Querela de língua. Graça Moura, Carlos Reis

Com texto chamado «Rápido no gatilho», Carlos Reis responde hoje no diário Público ao que Vasco Graça Moura ontem escreveu sob o título «Insiste-se numa Ota ortográfica». Independentemente da analogia excessiva entre ortografias e aeroportos - aviões que tentassem aterrar em dicionários ficariam espalmados entre as páginas de Indutor, adj. e s.m. a Infalibista, s. 2 gén. - duas coisas:
  1. - O Presidente da República recebe, em audiência, Vasco Graça Moura, na segunda-feira (2, 12:00), pelo que se compreende a reacentuação da Óta, quatro ou cinco dias antes, tempo suficiente.
  2. - O fundo da polémica é a possibilidade ou, dentro disso, a eficácia do português como língua de negócios, confundindo-se esse aeroportuário desiderato com o valor económico da língua, problema eterno como Belém sabe, e que não se resolve, muito menos se explica com querelas entre indutor e infabilista.

    A propósito, lá no alto da estante onde moram livros sobre projectos falhados, fomos desencantar um, o «Português Comercial - 40 lições», 1988, editado pelo antigo ICALP, curiosamente trabalho coordenado por João Malaca Casteleiro que descreveu o propósito nestes termos: «O presente liro tem como objectivo permitir a aquisição dos conhecimentos básicos de português necessários a quem quer exercer a sua profissão no domínio do comércio»...

    Não deu em nada, como se sabe. Nenhuma das quarenta lições condicionou, até hoje, a balança comercial portuguesa.

    E não deu em nada, apesar desse Português Comercial ter sido lançado quando, em pleno, Cavaco Silva chefiava o XI governo.

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