30 junho 2011

BRIEFING " A credibilidade: nos perdidos e achados?

BRIEFING " O conselheiro Brandão Margallo responde, ou tenta responder a mais uma questão.
" 
Grande imbróglio provocado
pela "recuperação da credibilidade"
como se fosse a política externa a tê-la perdido

  •  Ninguém perde o que não tem, já os sofistas sabiam
(Da parte do jornal O Privado, se a diplomacia económica não tem sido uma prioridade estratégica, o que é que se tem andado a fazer? Isso é uma crítica à capacidade da carreira diplomática ou apenas agora é se descobre isso?) Muito obrigado pela sua pergunta, ainda bem que faz. Logo a abrir o capítulo da política externa, o programa do governo elogia a diplomacia portuguesa, supondo-se que, com isso , elogia a carreira diplomática em geral, mas, depois vai dizendo uma coisas em particular. E assim, de modo geral, o programa do governo assume claramente que “Portugal tem uma diplomacia competente e segura, com provas dadas nos organismos internacionais, sendo a política externa assente em opções europeias, atlânticas e lusófonas que reúnem largo consenso e têm merecido acordo político consistente”. Quer isto dizer que na Europa, no Atlântico e na Lusofonia temos sido uns ases. Só que, depois, em estilo de adversativa, acrescenta-se um “sucede que”. E o é que sucede? Pois, diz o governo “sucede que, na situação em que Portugal se encontra, é preciso ir além dos consensos tradicionais” e que “ devemos ter a coragem de inovar, procurar consenso e adoptar uma nova prioridade estratégica nacional”. E que inovação se pretende? Precisamente “uma fortíssima diplomacia económica” coisa descrita como “desafio inexorável e inadiável para a recuperação da nossa credibilidade externa…


(Oh senhor conselheiro Brandão Margallo! Recuperação da credibilidade externa? Foi perdida? Então se temos tido uma diplomacia competente, segura e com provas dadas, deixou-se perder a credibilidade?) Sim, de acordo, não escondo que há aí alguma coisa que não se entende, se é uma crítica à carreira, uma crítica à AICEP que tem uma máquina e peras, olhe, não sei. De facto o programa refere que essa fortíssima diplomacia económica deve visar a atracção de investimento e a promoção das empresas, produtos e marcas portuguesas no exterior, mas deveras não posso confirmar se Portugal perdeu a credibilidade e que é preciso recuperá-la agora. Não tenho instruções para vos responder, fica para as 18 e 30 em ponto. Tenho quer indagar se não temos diplomacia económica apenas porque a nossa credibilidade foi perdida, se ainda temos credibilidade recuperável ou se a credibilidade estará, afinal, na secção de perdidos e achados.

(Não será credibilidade financeira, ou empresarial, por exemplo, na Polónia?) Na verdade, o que a certo passo se especifica é que a política externa deve orientar-se para a recuperação da reputação financeira, mas isso será mais com as Finanças, a Economia, os reguladores, o BPN, os paraísos fiscais, etc... etc... e não propriamente com as pobres Necessidades que são o alvo do capítulo. Tenham paciência. Às 18 e 30. Baterei as palmas.

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