28 agosto 2004

Camóes. RI N. 3. À medida do fato...

Relatório de Informação N.º 03 - 28/08/04, do Conselheiro de Embaixada Zeca Machuca.

Excelência,

Depois de um primeiro apanhado sobre o Instituto Camões, reporto agora factos.

1. Na passada 2ª-feira, dia 23 de Agosto, saiu publicado no Diário de Notícias, no Caderno de Publicidade (página 58), um Aviso para a selecção de candidato e provimento do cargo de Director de Serviços de Língua Portuguesa e Intercâmbio Cultural, cujo perfil é manifestamente uma cópia do Curriculum Vitae da polémica Chefe de Divisão mencionada nos reportes anteriores. Este facto não causou estranheza nos funcionários que seguem com preocupação o assunto e que, segundo julgamos, ainda não entrou para a avaliação política nas Necessidades.

2. Também no mesmo caderno de Classificados (página 57), saiu outro aviso alegadamente para a selecção de um «Director de Serviços de Acção Cultural Externa», cujo perfil exigido é, segundo se diz com insistência no edifício, uma cópia da experiência de uma das colaboradoras requisitadas pela Dr.ª Simonetta Luz Afonso ao Instituto Português de Museus. Como diria o embaixador Agapito, «é uma selecção à medida do fato».

3 Neste anúncios invoca-se o artigo 21.º da Lei N.º 2/2004, de 15 de Janeiro de 2004, concede-se um prazo de dez dias para os potenciais candidatos apresentarem os dados curriculares e o adequado requerimento. O recurso a este dispositivo legal, merecerá sem dúvida, um reporte posterior.

4. Em função das responsabilidades das funções a que os cargos de Director de Serviços de Língua Portuguesa e Intercâmbio Cultural e de Director de Serviços de Acção Cultural Externa correspondem, implicando directamente a diplomacia cultural e da língua, é no mínimo duvidoso o critério, ladeando-se a abertura de concurso público e a publicação dos avisos e regulamento do concurso na folha oficial. Permita-me recordar o polémica gerada por ocasião das provas para o cargo de Director de Serviços de Acção Cultural Externa, na gestão do Prof. Jorge Couto, e que implicaram o afastamento da escritora Maria Velho da Costa e a aprovação de uma funcionária de confiança dessa presidência. Em todo o caso, foram provas públicas.

5. Não se põe em causa que a Presidente do ICA, Simonetta Luz Afonso, se rodeie de pessoas da sua confiança, uma vez que o cargo assim o exige. É até legítimo. No entanto, caso se trate de uma ou mesmo duas selecções orientadas, a credibilidade do Instituto Camões ficará insanavelmente abalada. Excelência, basta a experiência do IPAD.

Aguardemos, Excelência, mas com toda a deferência ainda não fomos à essência.

Zeca Machuco, cons. emb.

27 agosto 2004

Camões. RI N.º 2. Telenovela...

Relatório de Informação N.º 02 - 27/08/04, do Conselheiro de Embaixada Zeca Machuca.

Excelência,

Segue continuado do relatório, agradecendo-lhe que me comunique se seguiram cópias para o gabinete de SEXA MNECP

4. Dos motivos apresentados na atrás referida carta endereçada à Prof.ª Doutora Maria José Stock, realça-se que a demissão da citada Chefe de Divisão de Promoção e Ensino da Língua Portuguesa do Instituto Camões é apresentada exclusivamente pela alegada falta de confiança do Chefe hierárquico, o Director de Serviços de Língua Portuguesa e Intercâmbio Cultural, para além de este a acusar de falta de ética e deontologia.

5. Refere ainda que a atitude persecutória do Director de Serviços é que a leva a isto. Apurei entretanto, nesta escassa hora e meia de missão, que durante muitos anos (já desde o tempo do Dr. Jorge Couto) havia esta relação de "amor-ódio" entre os dois mencionados.

6. Se é verdade que o Director de Serviços a certa altura (talvez no último ano e meio) tenha perdido a confiança na Chefe de Divisão, também é verdade que esta deixou há muito de corresponder aos despachos, que eram enviados mais de 10 vezes sem qualquer resposta. Tudo isto consta, aliás, num levantamento efectuado pelo Director de Serviços com datas e números de registos de documentos, pelo que confirmei a muito custo como descreverei posteriormente.

7. Entretanto, com a entrada em cena da Dr.ª Simonetta Luz Afonso, a situação alterou-se. O Director de Serviços de Língua Portuguesa e Intercâmbio Cultural foi peremptoriamente afastado, sem apelo nem agravo, por questões pessoais entre os dois, e a referida Chefe de Divisão subiu ao poder, basicamente porque, com a sua atitude que gente sem escrúpulos não hesita em considerar como bajuladora e "rastejante" alimentou o desrespeito que a Dr.ª Simonetta tinha pelo Director de Serviços.

8. Não cabe nesta missão que me foi cometida, fazer aqui a defesa do Director de Serviços em término de funções, mas registei testemunhos credíveis de liquidação de muitas pessoas sem motivo aparente, pessoas que mereciam respeito e consideração pelo trabalho desenvolvido.

9. Desde a tomada de posse da Dr.ª Simonetta Luz Afonso que a Chefe de Divisão trata de todos os assuntos da Direcção de Serviços, ocupando inclusive o gabinete do Director de Serviços, uma vez que o mesmo se encontra de férias até ao fim da sua comissão. Tudo isto poderia ser considerado normal, não fosse a pessoa em questão incapaz de gerir uma Divisão, quanto mais uma Direcção de Serviços, no dizer de funcionários com que contactei.

10. Não resisto à nota pitoresca de referir que durante bastante tempo, a mencionada manteve no monitor do seu computador um cartão do ICA com o seu nome seguido da designação "A Tirana do Instituto Camões", gozando claramente com todos os que não são os seus predilectos!

Assim vai a Administração Pública portuguesa.

Zeca Machuca, cons. emb.

De imediato, Agapito...

«Meu caro, duas coisas. Uma é que se o relatório do Zeca Machuca continua (conheço o Zeca, é terrível, foi ele que tentou converter o presidente da Argélia ao cristianismo no tempo do Martins da Cruz!) o ministro António Monteiro ainda se vê obrigado a pôr ordem no Camões... E note que, ao que sei, Carneiro Jacinto não perde uma linha de Notas Verbais! Passeio pelos Claustros e toda a gente comenta esse caso dos processos-crime movidos pela Simoneta. Sabe uma coisa? Eu não acredito.

Segunda coisa é sobre esse calhamaço do Pentanário Diplomático. Já viu que o Sampaio não tem Chefe da Casa Civil, nem Chefe da Casa Militar, nem assessores, nem nada e que só tem biografia?»

Camões. RI N.º 1.

Relatório de Informação N.º 01 - 27/08/04

Excelência,

Cinco minutos após ver confirmadas as minhas funções de observação no Instituto Camões, passo a reportar, contando que avalie a oportunidade de dar conhecimento a SEXA MNECP:

1. Em relação ao que pude ler de um comentário enviado por OCVN para Notas Verbais, gostaria de referir que os funcionários do quadro que tentaram pedir transferência, não receberam a devida autorização. Os que não são do quadro começam a sair na próxima 3ª-feira.

2. Muito embora como observadopr não o possa nem deva fazer, não resisto a exprimir a minha indignação pelo que se passa relativamente à Direcção de Serviços de Língua Portuguesa e Intercâmbio Cultural! Apurei já que em carta de 29 de Abril p.p., a Chefe de Divisão de Promoção e Ensino da Língua Portuguesa (mencionada como detentora de um poder desmedido na Correspondência de OCVN inserta em NV) pedia a demissão das suas funções no ICA (entre as quais se contava também a coordenação de uma estrutura não formal chamada "Gabinete de Apoio Pedagógico"). Permita-me que sublinhe a estrutura não formal...

3. A referida Chefe de Divisão coordenava todos os Leitorados, com a ajuda de uma professora requisitada e de um bolseiro colocado no Instituto Camões pelo ex-Secretário de Estado, Dr. Lourenço dos Santos, que, das poucas coisas que faz, uma era de manhã ir buscar a Chefe a casa e no final do dia a levar a casa. Serviço de porta a porta, portanto. Para isto o bolseiro recebe um vencimento de 500 Euros líquidos. Ou seja, para ser motorista de uma Chefe de Divisão, se bem que num carro particular.

(Em tempo, segue continuado)

Zeca Machuca, cons. emb.

O conselheiro de embaixada Zeca Machuco nomeado para o Camões

Personagens e intérpretes.

NV têm a honra de comunicar terem aceitado a proposta de nomeação do conselheiro de embaixada Zeca Machuco para a missão de observação no Instituto Camões. O diplomara Zeca Machuco junta-se assim à nossa galeria de «personagens e intérpretes», no dizer do ministro plenipotênciário Charles Calixto. A nomeação não carece de visto do Tribunal de Contas.

Briefing da Uma. Directivas europeias. Camões. IPAD.

Briefing da Uma. «Criancinhas, cuidado com os ídolos!», foi o que a consciência de um velho diplomata leu a Cavaco Silva, à saída da missa da Quinta da Balaia, apontando a dedo esse explêndido aviso de S. João, na Primeira Epíspola.

1 – Directivas europeias.
2 – Camões.
3 – Cooperação portuguesa.

1 – (Houve uma nota oficial sobre a actual situação de Portugal relativamente à transposição das directivas europeias, mas nestes briefings essa qiuestão foi omitida. Pode explicar o motivo da omissão?) - «A omissão não foi intencional. De facto o Palácio das Necessidades emitiu uma nota sobre essa questão e admitia-se que a Imprensa fizesse eco, agora que a selecção de futebol olímpica deu tudo o que tinha a dar, além de que o segredo de justiça remeteu todos os escândalos para a justiça do segredo… Com todo o gosto vamos reproduzir na íntegra esse documento das Necessidades. Tomem nota - De acordo com os últimos dados publicados pela Comissão Europeia, em Julho passado, Portugal encontra-se em oitavo lugar, entre os então quinze Estados membros da União Europeia, no que respeita à transposição de directivas comunitárias relativas ao Mercado Interno, e não em penúltimo lugar como foi noticiado por alguns órgãos de comunicação social. Portugal apresenta actualmente um “défice” de transposição de apenas 1,9% do total de directivas a transpor. Saliente-se, ainda, que segundo os últimos dados disponíveis, Portugal regista um bom nível de transposição em áreas fundamentais como a saúde e protecção de consumidores, onde das 938 directivas cujo prazo de transposição terminava em 31 de Abril passado, 924 estavam já transpostas para a legislação nacional, ou o ambiente, onde já tinham sido transpostas 173 das 177 directivas em causa. Simultaneamente, Portugal é um dos únicos quatro Estados membros que cumprem a meta estabelecida pelo Conselho Europeu de Barcelona de Março de 2002, de 100% de transposição no caso das directivas cujo prazo para transposição tenha finalizado há mais de dois anos. Este quadro representa uma melhoria significativa face à situação verificada no início de 2003, em que Portugal se situava em 14º lugar entre os quinze Estados membros, e deve-se em grande parte ao sistema de coordenação interministerial para transposição da legislação comunitária implementado no decurso desta legislatura. Os progressos registados por Portugal nesta área têm vindo aliás a ser periodicamente reconhecidos pela Comissão Europeia. Recorde-se, por último, que o “ranking” da transposição das directivas comunitárias é um dos critérios definidos para a avaliação da implementação da Estratégia de Lisboa, por parte dos Estados membros, tendo o esforço que tem vindo a ser feito por Portugal nesta área sido reconhecido muito positivamente no último relatório de avaliação da Estratégia apresentado pela Comissão Europeia.»

2 – (Há ou não há procedimentos criminais de Simoneta Luz Afonso contra os signatários de uma petição à ex-ministra Teresa Gouveia?) - «Até este momento, Simoneta, no melhor que a Administração portuguesa ostenta em matéria de transparência, não desmentiu, nem confirmou. Mais dia menos dia, o gabinete do MNE vai ter que dizer alguma coisa.»

3 – (O IPAD continua sem presidente?) - «O IPAD continua sem presidente à vista. Muitos são os nomes falados e os interessados são muitos mais. Aguardemos a decisão do ministro António Monteiro para essa área crucial da actividade externa do Estado onde as palavras bonitas e as frases bem construídas não têm faltado. O que tem faltado é política. Enfim.»

Correio Azul. Consulado-Geral em Londres.

Correspondência de BFT (Londres).

«Uma vergonha, uma vergonha e uma vergonha. Peço que Notas Verbais comentem a nota do Consulado-Geral em Londres, dirigido pelo dr. João Bernardo Weinstein, e que transcrevo:

Horário de atendimento público: Nota importante: Devido ao enorme aumento do número de utentes dos serviços consulares durante o período de verão e atendendo á total incapacidade técnica de poder corresponder á presente pressão, o Consulado Geral foi obrigado a limitar o atendimento do público.
Assim, apenas poderão ser atendidos os utentes que tenham procedido previamente à marcação de uma entrevista através do fax nº 020.729.137.99 ou por correio. Neste caso, o utente deverá apresentar-se com a documentação solicitada e o respectivo comprovativo de marcação de entrevista, seja um fax do Consulado ou uma carta.
Apenas situações de emergência devidamente comprovadas pelos funcionários do Consulado Geral serão consideradas sem entrevista prévia.

Qual é o País que faz isto? O Ministro António Monteiro não tem meios para resolver esta situação que lesa portugueses, mancha a imagem de Portugal e gera um clima de crispação? É assim que Portugal quer promover a Economia, o Turismo, o Civismo, a Cidadania?

Peço que comentem, por favor.»


De facto, esse consulado poderia bem funcionar melhor num avião da TAP em trãnsito no aeroporto que serve a capital londrina... João Bernardo Weinstein, cuidado que pior que o posto em Londres é a embaixada em Islamabad.

26 agosto 2004

O regresso também do Embaixador Agapito!

«Meu caro! Não me pergunte os nomes dos dois novos embaixadores que enfiaram umas petas na imprensa! Petas! Só lhe digo que um deles fez tudo para não ir para onde vai!, indo empurrado com ordem de serviço! E o homem da imprensa lá escreveu coisa parecida a ida por mérito! Mérito! Pode reproduzir tudo isto nas Notas Verbais desde que ponha lá o máximo número de pontos de exclamação!»

Oito pontos de exclamação são suficientes, oh Embaixador Agapito!

Instrumento útil, atenção diplomatas!

Os instrumentos de trabalho do Jornalista e do Diplomata são comuns em vasta área. Daí que chamemos a atenção da Carreira, sobretudo para os diplomatas colocados nas missões e postos consulares, para a importância do site Eu Sou Jornalista e os da constelação adjacente, como o Eu Sou Jurista e o Eu Sou Economista .

E como não queremos deixar de prestar a devida atenção para as qualidades olímpicas de velejador do cônsul-geral de Portugal no Rio de Janeiro, o ministro plenipotenciário António Tânger Corrêa, a este em particular sugere-se o Eu Sou Desportista, não havendo neste alvitre qualquer parti pris, porquanto também indicamos ao diplomata Mário Damas Nunes o Eu Sou Cinéfilo , ao novo embaixador em Madrid, Moraes Cabral, o Eu Sou Astrónomo e já agora a um rapazola do Rilvas que ingloriamente meteu, em Novembro do ano passado, um Cavalo de Tróia no computador de Notas Verbais o Eu Sou Informático...

O Inacreditável Anuário. Postergados ou... saneados do calhamaço.

Ajudemos José Sasportes na espinhosa tarefa de preparar a candidatura do «Anuário Diplomático e Consular Português», editado neste magnífico ano de 2004, a Patromónio Mundial da Humanidade.

  • Começa por mentir no nome. Este magnífico calhamaço começa por mentir no nome: um anuário publica-se todos os anos, mas este, o português, é editado de cinco em cinco anos – portanto é um Pentanário ou talvez qualquer outra designação que apenas José Pedro Machado poderá desencantar... Não há chancelaria deste mundo que cometa tal proeza!

  • Expediente e esperteza. O Estaline mandava purgar indivíduos hostis das fotografias substituindo-os por outros. O nosso pentanário que já chegou a ser heptanário, pura e simplesmente purga. E é assim que pela primeira vez desde o 25 de Abril os Secretários e os Subsecretários de Estado desaparecem da lista dos governantes, deixando-se de ter a história política completa do MNE. Assim, por uma esperteza editorial e que cheira a vingança de corredor, as purgas, por exemplo, de Jorge Sampaio, de Luís Moita, de Leonardo Mathias, de Gaspar da Silva, de Paulo Ennes, de Seixas da Costa, de Lourenço dos Santos e... de José Cesário, sendo que Martins da Cruz é dado como o último ministro. No que toca a Cesário foi, pois, a última "cesariana" a ocorrer nas Necessidades! Mas ainda mais um exemplo que convirá para o trabalho de Sasportes - o carismático Vitor Martins, com 10 anos de excelentes serviços prestados ao MNE, desaparece do mapa da diplomacia da respectiva história, onde, contudo, permanece olimpicamente esse farol da diplomacia que dá pelo nome de Pires de Miranda, a somar a outros faróis como Paulo Cunha, em função sobretudo do apelido.

    E não foi por falta de espaço, porquanto o mesmo Heptanário Diplomático e Consular Português não deixa de assinalar com o devido destaque que as auxiliares de limpeza das Necessidades Marta Antunes Fernandes, Adozinda Jesus Estrela Nascimento, Maria Luísa André Paulos e Mariana Franga Varela, e ainda os motoristas de ligeiros João do Nascimento, António Rui Costa, Domingos Caetano, António da Costa Fernandes, Henrique Inácio Ventura e José dos Santos Almeida, se aposentaram desde 31 de Dezembro de 1999 até este «anuário» de 2004, o que não deixa de se traduzir em grave e manifesto prejuízo, portanto, para a política externa portuguesa!

  • Tesouradas. Bem, não falemos por ora das tesouradas nos curriculos dos diplomatas. Fica para depois.

  • Fotografias. Ah, as fotografias. Ali está Jorge Sampaio sem a bandeira nacional ao lado ou em fundo, com ar de monarca destronado e sorriso amarelo de como quem pede ao Presidente da Polónia apoio para António Vitorino. O símbolo nacional apenas se destina no heptanário ao primeiro-ministro José Manuel Barroso que já prepara a bandeira da UE para a sua fotografia oficial actualizada. Dos símbolos nacionais, Mota Amaral nem um castelo, uma chaga de Cristo que fosse, apesar de ser a segunda figura do Estado Português. E claro, uma glamorosa foto de Teresa Gouveia que teria actualidade assegurada e consensualmente fiel no heptanário de 1999. Também em matéria de fotografias, José Sasportes tem argumentos para convencer a UNESCO.

  • Humor negro. Mas a maior prova de inteligência vamos encontrá-la no título do CAPÍTULO VII e que é assim: «FUNCIONÁRIOS FALECIDOS DEPOIS DA ÚLTIMA PUBLICAÇÃO DO ANUÁRIO»... Não é necessário dizer mais: se o Anuário não tivesse tido «a última publicação», os funcionários não teriam falecido mas apenas teriam sido exumados do pentanário para não falar do anterior heptanário.

    E agora, Sasportes, trabalhe s.f.f.
  • Anuário Diplomático. Trabalho para José Sasportes

    Depois das clamorosas asneiras a propósito da gorada classificação de Sagres como Património da Humanidade, na prateleira dourada da UNESCO em Portugal há trabalho para José Sasportes!

    O Anuário Diplomático que o Palácio das Necessidades acaba de editar é uma peça digna da consideração mundial, é uma obra-prima da mesquinhez nacional, é um verdadeiro monumento à sub-reptícia vingança de corredor. Candidatar o Redactor desse calhamaço ao Nobel dos Anuários, é pouco. Mas inscrevê-lo na lista do Património da Humanidade selada pela UNESCO, é o mínimo de justiça que se lhe pode fazer, muito embora a qualquer português decente faça corar.

    Lá iremos, corados.

    Briefing da Uma. Pobre Camões, Que Política Externa, António Monteiro, Notas Verbais.

    Briefing da Uma. «Em qualquer magistratura, é indispensável compensar a grandeza do poder pela brevidade da duração», voltaria Montesquieu a dizer a Teresa Gouveia, caso «O Espírito das Leis» tenha chegado ao computador portátil de Manuela Frank.

    1 – Camões
    2 – Política externa
    3 – António Monteiro
    4 – Notas Verbais


    1 – (É verdade que Simoneta Luz Afonso procedeu criminalmente contra os signatários de uma exposição à anterior ministra Teresa Gouveia?) - «Até agora não há confirmação oficial dessa informação que começou a correr. O Instituto Camões é um organismo autónomo mas não pode ser uma organização autista. A confirmarem-se tais procedimentos e na medida em que a exposição a que se alude era factualmente correcta e democraticamente aceitável, a presidente do Camões corre o risco de perder a credibilidade que unanimemente se lhe reconheceu quando entrou. Tem todo o tempo para arrepiar caminho, caso isso se confirme. O Instituto Camões não é um instrumento de poder e de disciplina militar, mas apenas uma plataforma onde deveria existir serenidade, consensualização, inteligência dialogante e onde as normais arestas partidárias devem ser desbastadas. Se Camões já está cego de um olho, mulher ou homem que o militarize apenas acabará por provocar cegueira no único olho restante do logótipo…Vamos seguir o caso até porque o ministro tem uma palavra a dizer. Pelo nosso lado, apenas lamentamos que Simoneta não tenha agradecido os parabéns que lhe endereçámos no dia do seu aniversário. Não é coisa dela.»

    2 – (Não é estranho que Portugal silencie as suas posições autónomas sobre tantas questões internacionais graves que neste momento entulham as chancelarias dignas deste nome?) - «E não é o silêncio a tradição da política externa portuguesa? Estamos em crer que ao MNE António Monteiro vontade não lhe faltará para quebrar essa tradição mas para isso há departamentos das Necessidades que têm que levar uma volta – estão parados nos anos 40 e com gente já nascida em 70. Aguardemos.»

    3 – (O ministro António Monteiro parece estar a ser bem aceite pelo acutilante Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas. É verdade?) - «É verdade, pelo que consta nos comunicados divulgados pelos representantes dos trabalhadores externos. Os colaboradores de Martins da Cruz foram uma desgraça completa no diálogo com esse sindicato e Teresa Gouveia entrou nas Necessidades sem perceber os dossiers e sair sem fazer dossiers sobre o que tinha obrigação de compreender. O facto do embaixador Quartin Santos, Secretário-Geral do MNE, ver-se na obrigação de fazer uma circular contendo as disposições constantes no Código de Procedimento Administrativo para que os directores disto, subdirectores daquilo e chefes do resto tomem conhecimento da Lei do País e a cumpram, fala por si - que é um paradoxo pois 80 por cento da carreira tem olimpicamente o curso de Direito… “Santo Deus!”, diria Sampaio a bordo da Sagres, ou “Ai, Jesus!”, a bordo do Creoula.»

    4 – (Notas Verbais estiveram em férias?) – «Estiveram, embora muitos tivessem pensado que era mais um caso de disponibilidade em serviço, de ficar a aguardar em casa colocação em posto ou uma excepção punitiva aplicada pelos serventuários do poder que por aí pululam e odeiam Jornalistas que se têm por probos e jamais venderam a alma a troco de ganhunças, pequenas que sejam. Todos os cemitérios estão cheios desse poder e de certeza há funerais a que jamais iremos. Isto passa.»

    25 agosto 2004

    Briefings da Uma... regressam.

    A partir de amanhã, dia 26, regressa o Briefing da Uma. Tudo faremos para que não seja pelas horas de Nova Iorque mas, com a recepção que o cônsul-geral no Rio de Janeiro, António Tânger Corrêa, ofereceu ao cônsul honorário do Brasil em Vilamoura, senhor André Jordan, pelo menos respeitaremos as horas de Copacabana...

    Correio azul. Cegueira no Camões.

    Procedimentos criminais no Instituto Camões? Custa acreditar.

    Correspondência de ESTR.

    Olá!

    Espero que tenha tido um óptimo descanso.

    Por cá a crise continua no ICA e chegou ao ponto da sua Presidente, a "distinta" Dr.ª Simonetta Luz Afonso, ter processado criminalmente os(as) autores(as) de uma petição enviada ao Senhor MNE a alertar para a situação vivida na instituição!

    Imagine!

    Não só intimou funcionários a recibo verde a revelarem a origem do texto (e acredite que não foi só um a revelar a identidade dos autores, apesar de terem assinado a petição), como também vai agir judicialmente contra estes.

    Desmonstram apenas a sua índole (como também os delatores o revelaram)que eu sinceramente desconhecia.

    Onde vai parar a nossa cara Língua e Cultura Portuguesas no Mundo???

    Até Breve,

    Correio azul. Angústia no Camões.

    Correspondência de OCVN:

    Gostaria de chamar a atenção de V. Exa. para a situação extremamente angustiante que se vive no Instituto Camões.

    Os melhores estão a sair: ou transferidos para outros serviços a seu pedido, ou despedidos ao abrigo de uma desculpa mentirosa da nova Presidência.

    As requisições ao Instituto Português de Museus são a ritmo semanal. Já são até conhecidas por Simonetes...

    A Direcção de Serviços de Acção Cultural Externa tem as suas acções limitadas; os serviços estão entregues a uma Chefe de Divisão da Direcção de Serviços de Língua Portuguesa e Intercâmbio Cultural que se demitiu na véspera da demissão da Prof.ª Stock e que hoje tem um poder desmedido, apesar de não lhe serem reconhecidas competências.

    Correio azul. As reformas dos que não pagam impostos...

    Correspondência de ADDC:

    «Por conhecer o interesse e a forma cuidada com que tratam a informação neste domínio, diplomático e outros, e que consulto e leio com frequência, contacto-vos por dois motivos, um mais legítimo do a que o outro. O menos legítimo (comecemos por ele) por que tendo consultado o blog Pipi room, dei-me conta de que efectivamente se aparenta mais com uma latrina do que com um blog. Lamentavelmente não descobri indicação de e-mail de contacto, ou porque não procurei bem, ou porque tal não existe. Entre as mal-amanhadas linhas que misturam assuntos para os quais alguma sobriedade não seria excessiva, mas que deverão certamente alimentar fantasias sexuais desviantes de gente tão bem-pensante, desenham-se pequenos ajustes de contas pela calada do éter, e aproveita-se para fazer campanha (eis o início do motivo mais legítimo) para defesa do que é indefensável, manipulador, e que demonstra bem a má fé – costumeira - do escriba urinante.

    «Refiro-me precisamente à questão das reformas ditas "milionárias" dos funcionários dos quadros externos do MNE, também apelidados funcionários consulares e diplomáticos dos quadros externos. Para que se saiba, estes funcionários efectuam todos os descontos sociais e pagam os impostos normais com base no total dos rendimentos auferidos do MNE. Vivendo muitas vezes em países com custos de vida em muito superiores aos de Portugal, não espantará ninguém que os salários tomem esse aspecto em linha de conta. E de tal forma não espanta ninguém, que funcionários dos quadros internos do MNE, com categorias profissionais baixas, enviados para esses outros países, vão auferir o pagamento de subsídio (que se chama representação ou outro pleonasmo do género) superior ao salário de funcionários com categorias técnicas, chanceleres, chefes de serviço que lá residem e trabalham em permanência.. Ao tal subsídio acresce o pagamento do salarinho em Lisboa... Em segundo lugar, e também para que se saiba de uma vez por todas, esses senhores do MNE enviados para Consulados e Embaixadas não pagam impostos - nem efectuam descontos- sobre essa grande e importante maquia dos seus rendimentos. Se o fizessem, receberiam certamente reformas bem superiores às dos tais funcionários dos quadros externos- os tais que tanto ganham!! - mas que têm contudo as contas justas com a Segurança Social e Impostos. Essas pessoas que denunciam o que mais lhes convém deveriam ter vergonha na cara. Esses senhores do MNE que expliquem o motivo por que "os da casa", quando enviados para o estrangeiro, precisam, para sobreviver, de receber mais do que os funcionários que lá vivem em permanência - e com mais responsabilidades no seu trabalho a maioria das vezes-, e que o devem fazer com muito menos dinheiro e com o pagamento de todos os impostos e obrigações sociais. Já para não referir novamente, pois pode parecer mal, que durante essas missões recebem também e ainda os seus salários em Portugal- modestos rendimentos, no entender deles, sobre os quais pagam os descontos- igualmente modestos- e que tanto se indignam dêem lugar a reformas - modestas em comparação! Pois que comecem a pagar impostos sobre todos esses rendimentos, e acabar-se-ão os motivos de inveja!!! Fazendo a conta a dois exemplos, concluí que a soma dos valores líquidos recebidos pelos "da casa" no estrangeiro (com habilitações baixíssimas) atinge o dobro do salário líquido de funcionários administrativos e técnicos dos quadros externos, na mesma cidade e posto. Isso sim, parece-me ser escandaloso.

    «No fundo, o que é triste é que quem tem obrigação de saber compreender - e explicar aos que a tanto não chegam- estas coisas, por inerência do cargo que ocupa e por formação intelectual que supostamente recebeu, continue a alimentar estas espécies de "desamores" entre os de dentro, "os da casa" e os outros, os enteados. A quem servirá a manipulação?

    «Grata pela atenção e eventual ajuda a esclarecer o assunto. O STCDE poderá certamente, e com vantagem, explicar-vos melhor o que apenas consigo balbuciar.

    «Mas, aqui deixo a nota de que não me referi aos rendimentos dos diplomatas e conselheiros/adidos técnicos idos de Lisboa para o estrangeiro. Quanto a esses, falemos de rendimentos importantes, e com zero 0 declarado aos impostos, segurança social e afins por terem designações contabilisticas que a tal não obrigam. Que experimentem pagar sobre essas representações os ditos impostos e etc. e verão como a reforma será outra - simplesmente porque a pagaram.»

    Regressando à função...

    Acreditamos que todos comprenderam: foram algumas escapadelas pelo mar adentro, nadando a valer; excelentes figos à mão; limpeza das cinzas do grande incêndio da proximidade e que se meteu em todos os cantinhos; uma cama de baloiço esticada entre duas árvores e muitos sonhos; convívio com a gente afável e serena da família e leituras com tempo.

    Desculpem o intervalo mas tinha que haver um compasso de espera.

    E agora, regressamos à função. Este País está cada vez mais bonito.