01 outubro 2004

Briefing da Uma. Novo Bispo de Leiria/Fátima, Ovídeo Pequeno, Queixa em Bruxelas e Caso de Toronto

Briefing da Uma. «Todos os Estados sente-se na obrigação de criar uma utopia sempre que perdem o contacto com o mito, pá», diria Ernst Jünger segredando ao ouvido de Sampaio antes deste ouvir ou pronunciar o nome de D. Carlos V.


1 – Fátima/Vaticano
2 – Portugal/São Tomé
3 – Caso Sequeira de Carvalho/Bruxelas
4 – Caso Cônsul-Geral em Toronto

1 – (Há algum reparo ainda que informal do Vaticano sobre as faladas incursões budistas e muçulmanas no Santuário de Fátima?) - «Não há nem tinha que haver. O Estado Português respeita a liberdade de culto e a tolerância entre religiões diz respeito a estas. Não pois qualquer indício de interdição de cultos e muito menos de intolerância. Posso adiantar-vos que, hoje mesmo, o chefe de missão de NV junto do Vaticano e que vai obviamente escrutinar a actuação do novo Embaixador Português junto do Estado da Santa Sé, Emb. Rocha Páris, nos reportou que o Papa João Paulo II acaba de declarar que a sua intenção geral das suas orações para o mês de Outubro é «Para que os cristãos, firmes na sua fé, estejam disponíveis para o diálogo com os que pertencem a outras tradições religiosas». Rocha Páris já deve ter enviado esta importantíssima intenção para a Cifra das Necessidades e que naturalmente interessa a Fátima, como Fátima e enquanto Fátima. Nada mais temos a acrescentar sobre esta matéria.»

(Mais uma questão, nesse âmbito: o Estado Português já foi consultado sobre uma eventual nomeação do novo bispo para Leiria/Fátima?) - «Cremos que vai prevalecer o espírito da Concordata revista, embora o texto ainda não tenha entrado em vigor. Como sabem, o Estado abdicou da sua intervenção no processo de nomeação dos bispos, mesmo que sob a figura da prévia informação ou consulta. Esse procedimento está eliminado. Se o Vaticano, por gentileza diplomática ou polidez protocolar o desejar fazer, registaremos e nada mais. Meus senhores, boa tarde que estamos atrasados para tomar o TGV para Compostela. Boas tardes...»

(Um momento, por favor um momento. Pode dizer-nos qual o nome do novo bispo para Leiria/Fátima?) - «Sobre essa questão, apenas podemos referir que corre informalmente uma forte hipótese, a do bispo auxiliar do Porto, D. António Carrilho. Uma hipótese. Mas há mais, isso está no segredo dos deuses e estes nunca fizeram e jamais farão briefigns. Boa tarde...»

2 – (Só uma pequena questão. Conforma que o MNE da São Tomé se encontra com António Monteiro, segunda-feira, em Lisboa) - «É verdade. O MNE santomense Ovídio Pequeno encontra-se com António Monteiro, segunda-feira, às 13 horas e 30. Boas tardes... estamos atrasados para o TGV.»

3 – (E não fala dessa queixa de uma administrador principal português na Comissão Europeia, Sequeira de Carvalho?) - «Os senhores vão ser responsáveis por eu perder o TGV para Compostela! A parte substancial dessa queixa vai ser colocada em Notas Formais, podem abrir e ler. Adiantamos que no contexto das audições pelo Parlamento Europeu dos futuros membros da Comissão Durão Barroso, no dia 6 de Outubro será ouvido o futuro comissário Siim Kellas, próximo responsável pelo pelouro da Administração. Os eurodeputados portugueses podem questionar com legitimidade o indigitado comissário sobre os estranhos casos de atestados médicos falsos recorrendo ao móbil psiquiátrico e outras pressões levados a cabo por alguns responsáveis do Serviço Médico da Comissão Europeia, nomeadamente por iniciativa de um médico chamado Serve DOLMANS de nacionalidade holandesa, com o intuito deliberado de prejudicar e mesmo destruir as carreira de um número já significativo de funcionários portugueses na Comissão Europeia. Para além de Sequeira de Carvalho, o caso presente, temos conhecimentos de anteriores casos que envolveram Ataíde Portugal (que teve de ser hospitalizado pelo choque da medida inexplicada), Leite de Magalhães (que teve mesmo um enfarte no miocárdio e ainda os casos de Mesquita da Cunha, Carlos Reis e Paula Valério. São casos a mais com portugueses... Mas desculpem, temos que apanhar já e já o TGV para Compostela! Boas tardes!!!»

4 – (Sabemos que tem que apanhar o comboio de elevadíssima velocidade para Compostela, mas não tem nada para acrescentar sobre o caso do Cônsul-Geral afastado de Toronto? - «Sobre esse caso, podemos garantir que o relatório policial canadiano confere que o diplomata Artur Magalhães agrediu no rosto um polícia do Ontário e que o Minstério Público desse país preparava uma queixa-crime contra o Cônsul-Geral português.

(Mas o MNE ou a embaixada de Portugal em Otava não tentou ao menos obter cópia do relatório policial) - «Claro que tentou, mas essa cópia apenas seria facultada pela polícia, caso o Ministério Público canadiano tomasse a decisão de não arquivar o processo. A decisão acabou por ser tomada: a de não arquivar.»

(Corre portanto a queixa-crime?) - «Não corre, não corre, o Ministério Público canadiano acabou por proceder ao arquivamento do processo.»

(Em que base, se o diplomata Artur Magalhães queria ser julgado em tribunal?) - «Foi arquivado porque Portugal, a nível de MNE mas pelos canais diplomáticos, propôs ao Canadá o arquivamento a troco da chamada do cônsul a Lisboa sem regresso. O julgamento, caso o Ministério Público canadiano tivesse avançado, estaria já marcado para 5 de Outubro, terça-feira... Nesse país, como sabem, a justiça não é como em Portugal e não brinca. O cônsul teve que regressar e o porta-voz das Necessidades, António Carneiro Jacinto, acabou por reconhecer que a decisão foi tomada devida ‘ao facto de se pretender assegurar a defesa dos interesses do Estado e da Comunidade Portuguesa, nomeadamente através da preservação da figura e das funções do Cônsul-Geral’ – sic ou assim mesmo para não haver confusão com Carnaxide.»

(Quer dizer que a representação consular estava em risco?) - «Corria sério, sério risco, em 5 de Outubro, caso houvesse julgamento.»

(Mas o diplomata não tinha imunidade diplomática?) - «O Cônsul-Geral, como cônsul, apenas tem imunidade funcional, não tem imunidade diplomática.»

(Mas tanto tempo para um incidente que ocorreu no dia 21 de Agosto?) - «O embaixador em Otava, Silveira de Carvalho, tomou conhecimento do caso três dias depois, com base na versão que lhe foi nesse dia encaminhada pelo cônsul, versão essa redigida em inglês.»

(Em inglês, para o Embaixador português?) - «Em inglês, para ser transmitida ao MNE do Canadá.»

(O embaixador Silveira de Carvalho não fez nada para salvar o colega de carreira?) -«Fez tudo o que podia e em tempo. Logo no dia 1 de Setembro, o Embaixador auscultou a disponibilidade do MNE canadiano no sentido de sugerir ao Ministério Público o arquivamento do processo. O que será impossível nesse País. Recordo-lhe, por exemplo, que na década de 80, houve um caso exemplar: a polícia detectou o Ministro federal canadiano dos Transportes a circular na auto-estrada com velocidade superior às 110 milhas permitidas e foi quanto bastou para o ministro ter que se demitir do Governo. Podem fazer comparações com casos ocorridos em Portugal... Mas desculpem, temos que ir para Compostela, já... Qual o quê? Que horas são?... O quê? Santo Deus!... Perdemos o TGV. Adeus Compostela.... Mas não faz mal, que Compostela fique para quem, na vida, só apanha comboios.»

Toronto. Os dados.

Em Notas Formais, aí está a Carta do Canadá de Fernanda Leitão. Lendo bem, nota-se que estão carreados novos dados sobre o caso do Cônsul-Geral de Toronto.

Previsões. Sexta.

Para além do Briefing da Uma

  • A queixa de Sequeira Carvalho está na Justiça belga. Caso inacreditável. Documento arquivo em Notas Formais
  • Cimeira de Compostela
  • Do pobre Camões de Paris… ao teclado brasileiro de Jordão.
  • Turquia (assunto tão prometido)

    E o mais que ocorrer.

    Sondagem: vai ser retirada, maioria quer o Anuário fora das vistas.
    Movimento diplomático extraordinário na forja, os diplomatas estão excepcionalmente calados.
    Quem quiser ficar horrorizado abra a enciclopédia e veja quem foi D. Carlos V, o que morreu na Extremadura e dá nome ao prémio que Sampaio aceita – então o Saque de Roma é de um europeísmo pioneiro, não é Ibarra?

  • 30 setembro 2004

    Notas Formais. Monteiro e a Concordata. Camões.

    Em Notas Formais:

  • Documentos. António Monteiro no Parlamento sobre a Concordata e na FLAD
    (EUA, Ordem Internacional e Portugal).
  • Dos Leitores. Que estranho despacho (Camões).
  • Também. Comunicado sobre Olivença onde se refere Santana Lopes.
  • Pode abrir essa página clicando AQUI.

  • NV Info. Monteiro em Roma, Domingo, para o primeiro Quarteto do Sul...

    Mal a XX Cimeira Luso-espanhola fique, desta vez limada amanhã (sexta), o ministro António Monteiro fará as malas para Roma, para no sábado participar na primeira reunião do novo Euro-Quarteto do Sul. Isso mesmo, quarteto: Portugal, Itália, Espanha e França. Não vale a pena trocarem as voltas a NV.

    Monteiro, Frattini (MNE italiano, organizador da sessão), Moratinos (espanhol) e Barnier (francês)vão debater dois temas à cabeça: a imigração clandestina processada pelo Mediterrâneo e o relançamento do processo euro-mediterrânico (o chamado processo de Barcelona, que se arrasta vai para dez anos quase perfeitos).

    O novo quarteto (é a primeira vez que há uma reunião deste tipo) encontra-se ao almoço e os quatro ministros visam estabelecer uma primeira concertação sobre medidas concretas na perspectiva da próxima conferência ministerial EUROMED, prevista para Haia (29 e 30 de Novembro.

    Registe-se que Paris acolhe em 24 e 25 de Outubro o Fórum Mediterrânico, instância que, desde 1994 por iniciativa da França e do Egipto, tenta igualmente uma reflexão sobre as relações entre alguns dos países da ribeirinhos do Mediterrâneo, designadamente e até agora para além dos dois Estados promotores, Portugal, Argélia, Espanha, Grécia, Itália, Malta, Marrocos, Tunísia e... Turquia.

    China. Sinal para «um exército revolucionário, moderno e regular».

    O secretário-geral do Comité Central do Partido Comunista da China (PCCH), Presidente de Estado e presidente da Comissão Militar Central do PCCH, Hu Jintao, reiterou ontem, em Beijing (Pequim), que a China deve promover plenamente a construção dum exército revolucionário, moderno e regular. Hu Jintao fez tal afirmação ao inspeccionar o sistema informático do comando militar chinês e ao receber representantes para a construção dos órgãos do comando do Exército. O Presidente Chinês afirmou que a construção dos orgãos do comando, corresponde a um importante papel na construção do Exército, a qual merece alta atenção e deve ser colocada numa posição estratégica.

    Este objectivo militar da China passou à margem do quotidiano noticioso, mas NV registaram, porque seguem, naturalmente, as posições oficiais das duas diplomacias que mais se assemelham no Mundo – a do Vaticano e de Pequim, a primeira por definição mais interessada no gládio espiritual, e a segunda por redobradas mas não menos discretas razões, no gládio temporal. Em ambas, qualquer sinal é um indício; qualquer indício é um aviso e qualquer aviso volta a ser sinal.

    S. Tomé acordou na ONU. Até que enfim.

    O representante de São Tomé e Príncipe, hoje mesmo, em Nova Iorque, falando assumidamente em nome dos Oito Estados da CPLP (até que enfim, sinal de vida!) solicitou a inscrição na agenda da Assembleia Geral de uma questão adicional assim intitulada: «Cooperação entre a ONU e a CPLP».

    O embaixador de São Tomé, país que exerce a presidência da «jovem» organização e que deve ser um dos leitores de Notas Verbais, argumentou que a CPLP viu-lhe atribuída em 1999 o estatuto de Observador junto da ONU e que desejava, desde já, promover a colaboração entre a organização mundial e os Oito. O diplomata de São Tomé criticou que o projecto de resolução de 1999 não tinha provocado qualquer reflexo no programa financeiro da ONU.

    O Bureau da Assembleia Geral, ouvido isto, acabou por recomendar que esta questão seja examinada directamente na sessão plenária. Aguardemos.

    Foi pena que o Presidente da República de São Tomé, Fradique de Menezes, não tivesse falado desta questão quando (dia 24) fez a sua intervenção na Assembleia Geral. Mas está desculpado: o Brasil que exerceu a anterior presidência não mexeu um dedo como poderia ter mexido.

    Documento. António Monteiro: os EUA, Ordem Internacional e Portugal.

    Falou na FLAD. O que o MNE António Monteiro disse está na íntegra em Notas Formais.

    ONU. Conselho de Segurança. Brasil...

    Enquadramento

    Oito países pretendem lugares de membro permanente do Conselho de Segurança: Brasil, Índia, Alemanha, Japão, Nigéria, África do Sul, Egipto e Indonésia. O Grupo de Alto Nível da Reforma da ONU vai entregar um relatório em Dezembro, prevendo-se que para o final do ano se prevê intenso debate.

    Há um bloco que assume liderar concertadamente a corrida - Brasil, Índia, Alemanha e Japão, antes do debate geral da Assembleia Geral da ONU que hoje termina, divulgaram uma declaração conjunta prometendo apoiarem-se reciprocamente.

    Histórico

    Alemanha e Japão, os principais derrotados na II Guerra Mundial, foram excluídos do processo de fundação das Nações Unidas e irradiados da formulação da Carta. Hoje, esse dois países expandiram e consolidaram influências à escala global atrvés de activa participação internacional e atingira, um alto grau de desenvolvimento. As contribuições financeiras anuais da Alemanha e do Japão para a ONU representam 28% do total pago por 191 Estados e cerca de 6% mais do que a contribuição dos EUA. Os alemães, por exemplo, lideram o exército internacional de auxílio no Afeganistão. Quer o Japão, quer a Alemanha invocam os montantes de auxílios financeiros e militares veiculados para ONU como «armas» políticas na corrida para o Conselho de Segurança. A Itália opõe-se à ampliação, sem frontal hostilização da pretensão alemã, a pretexto de que o Conselho de Segurança precisa mais de «eficiência de trabalho» do que do aumento dos membros permanentes.

    Índia. O argumento de Nova Deli, resume-se no que o primeiro ministro da Índia, Manmehan Soingh, foi dizer no Debate Geral: um país que concentra grande parte da população mundial não deve ser excluído deste processo.

    Brasil. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, tem avançado um pouco com o mesmo argumento indiano (população), um pouco com a militantemente reclamada liderança brasileira da América Latina ou mesmo americana, ombro a ombro com os EUA, deixando cair por completo o peso da Lusofonia. Sobretudo, o Canadá e o México opõem-se a essa visão de liderança.

    Nigéria, África do Sul e Egipto disputam de igual modo uma «representação da África». Nesta «representação, Angola perdeu a corrida em que chegou a ter pretensões esboçadas, porque não soube transformar a pacificação interna em factor de inquestionável liderança do Continente, oferecendo-se como laboratório para as políticas meramente pragmáticas das clientelas petrolíferas. A Nigéria com menos poder convincente que a África do Sul, enquanto o Egipto invoca somar a essa representação as sinergias que transporta pela participação do Cairo na Liga Árabe, no que desembocou o Movimento dos Não Alinhados, no xadrês complexo do Médio Oriente.

    Indonésia. A pretensão de Jacarta é apoiada pela Austrália. O chanceler Hossan Wirayuda, foi lembrar à Assembleia Geral que a Indonésia é «o maior País muçulmano no mundo, a Indonésia quer representar os muçulmanos no Conselho de
    Segurança».

    29 setembro 2004

    Exemplos acabados. O francês e o português.

    Carlos Silva, o candidato português derrotado na UPU, manteve uma apresentação oficial que os leitores de NV podem abrir clicando AQUI.

    Edouard Dayan, o candidato francês vencedor na UPU, manteve por sua vez a apresentação oficial e que pode ser vista clicando AQUI.

  • Carlos Silva, em inglês, português, francês e alemão diz que «o Mundo é a minha casa», apresenta «A minha visão», o meu, a minha, nada de nosso nem de vosso, do meu dele, da minha de todos e diz na primeira pessoa também: «Tenho 51 anos, sou economista, casado e vivo em Lisboa. Gosto de animais e do campo. Nos meus tempos livres, faço jardinagem, leio e ouço música». Um site muito bonito, muito movimento, setas, números, roscas, parece até cinema. Mas... indo ao que deveria ser o essencial, justifica-se: «Porque vários membros da UPU me incentivaram e porque o Estado Português e os CTT me apoiaram incondicionalmente, decidi assumir esta candidatura».

  • Edouard Dayan, pragmaticamente em inglês, francês, espanhol, russo e árabe (claro), põe de lado os rodriguinhos, assume logo à entrada que «as autoridades francesas depositaram a (sua) candidatura em 23 de Fevereiro de 2004, em Berna» e que «esta candidatura comprova a vontade da França em fazer beneficiar a comunidade postal mundial do dinamismo, experiência e capacidade (do candidato) para antecipar e resolver, pelo diálogo e pela compreensão, os mais complexos problemas». E vejam, vejam como descreve o curriculum em que se dispensa de dizer o que faz no jardim, se gosta ou não de animais, dispensando o eu, o mim e a minha.

  • O Prof. Adriano Moreira tem razão ao dizer e repetir que há gente que se desgraça por conjugar o verbo Eu. Não há diplomacia que salve esta conjugação quando em causa estão razões de Estado.

    NF Info. Portugal perdeu na União Postal Universal

    O candidato português à liderança da União Postal Universal, Carlos Silva (inspector-geral dos CTT), com 63 votos, acaba de perder a eleição a favor do francês Edouard Dayaan (director dos Assuntos Europeus e Internacionais dos Correios de França) que obteve 102 votos no 23.º Congresso da organização mundial, a decorrer em Bucareste. O chinês Huang Guozhong foi eleito por aclamação para n.º Dois da UPU. Foi uma pequena derrota para a diplomacia portuguesa, mas foi derrota. Mais uma vez, as chamadas «sinergias» da Lusofonia em África e na América Latina falharam, somando-se isto à lassidão nos países do Centro e Leste europeu.

    Carlos Silva fora eleito em 1999, em Pequim, para a presidência do Conselho de Exploração Postal da UPU, dessa vez com uma votação esmagadora (26 votos contra 9 para o candidato finlandês e 5 para um alemão), funções que abandona por termo de mandato.

    Curioso é que o Quai d'Orsay empolga hoje o facto de na UPU «la seule langue officielle est le français», como se tal unicidade dignificasse o desiderato da diversidade linguística, ainda há uma semana reiterado em Nova Iorque pela Organização Internacional da Francofonia perante Kofi Annan e pelo próprio Kofi Annan. O Quai d’Orsay nem sequer refere o nome do candidato português vencido.

    Enquadramento

    A UPU é a mais antiga das institucionais internacionais. Neste momento conta com a plena participação de 189 Estados e o organização controla um inquestionável sector-chave do mundo: os serviços postais.

    Fundada em 9 de Outubro de 1874, com o Tratado de Berna, a organização nasceu com o nome de União Geral dos Correios mas assumindo a actual designação logo em 1878. A UPU, em 1948, passou a ser assumida como instituição especializada da ONU, mantendo a sede em Berna. Portugal aderiu à organização no longínquo ano de 1875, figurando nos 22 Estados iniciais.

    Briefing da Uma. Lisboa "reinstala" a URSS...

    Briefing da Uma. Marcel Pagnol aconselharia os poucos e contados jovens que vão entrar na carreira diplomática, a verificarem diariamente se devem fazer, pela vida fora, a seguinte pergunta até ao dia da passagem à disponibilidade: «Foi ao envelhecer que te tornaste estúpido, ou isso é de nascença?» O Estado e respectivo Orçamento agradecerão também diariamente.


    1 – Lisboa: URSS!
    2 – Toronto
    3 – Cimeira e Olivença
    4 – Crianças portuguesas e pinturas para a ONU

    1 – (Segundo a Lista Telefónica (Páginas Brancas) de Lisboa 2004/2005, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas tem existência no N.º 59 da Rua Visconde de Santarém. Portugal reconhece essa potência?) - «Confirmamos. Na página 280 das Páginas Brancas da PT, de facto, lá está a URSS com existência real, comprovada de igual forma na página 407 das Páginas Amarelas. É um lapso lamentável, possivelmente um equívoco e o mais certo uma ignorância militante, aceitando-se que a diplomacia de Moscovo desconheça o incidente por completo. Esperemos que o Ministro da Defesa antes de eventualmente desencadear qualquer acção bélica contra esses tigres de papel (o branco e o amarelo), ao menos consulte o Protocolo de Estado.»

    2 – (O diário Público refere uma testemunha que desmente a Polícia de Toronto no caso do diplomara Artur Magalhães. Não é de levar em conta tais afirmações?) - «Como se disse, o MNE designadamente o Secretário de Estado das Comunidades, procede a um inquérito sobre o incidente que determinou a chamada a Lisboa sem regresso, do diplomata Artur Magalhães. O diário Público dá hoje conta de declarações de Teresa Ribeiro que presenciou os acontecimentos, de resto de acordo com declarações também divulgadas por Notas Verbais e provenientes da funcionária consular Arlete Antunes. O incidente ocorreu em 21 de Agosto e até 22 de Setembro houve tempo suficiente para contestação em sede própria da versão da polícia canadiana. A cultura noticiosa da omissão não é seguramente amiga da verdade e desconhecemos se esse procedimento foi feito. Aguardemos o desfecho das averiguações do MNE, sendo aceitável que Teresa Ribeiro seja ouvida. Pelo nosso lado mantemos: ou o Canadá pede desculpas se a sua polícia foi excessiva ou Portugal explica. Um Cônsul-Geral é um Cônsul-Geral e não vale a pena desgraduar o incidente. É o que devia ter sido feito logo em 22 de Agosto.»

    3 – (Olivença entra na Cimeira Luso-Espanhola?) - «Formalmente não entra e se entrar informalmente ninguém vai falar disso. Todavia, a actuação do líder extremenho Ibarra que amiúde confunde este tema da política bilateral com relações públicas e cálculos saloios (o caso da classificação espanhola da Ponte da Ajuda é uma provocação dispensável), apenas enquina o diálogo que algum dia Lisboa e Madrid terão que assumir. Ibarra agita que com a União Europeia as fronteiras entre Estados deixaram de existir, o que não só é falso como amiúde a Espanha faz mostrar ao Reino Unido (Gibraltar) como acima de tudo é uma extrema deselegância para a Inteligência sem fronteiras. A fanfarronice é um comboio de alta velocidade apenas enquanto não descarrila. Ibarra devia ter mais cuidado e não ir além do seu sapato.»

    4 – (O que isso das crianças portuguesas pintarem para a ONU, como Notas Verbais ontem disseram?) - «É verdade. As crianças de todo o mundo estão convidadas pelas nações Unidas a participar no 14.º Concurso Internacional de Pintura organizado conjuntamente pelo PNUD, pela Fundação japonesa para a Paz Mundial (FGPE) e pela empresa farmacêutica alemã Bayer. O concurso está aberto até 31 de Janeiro de 2005 e o tema é ‘Cidades Verdejantes’ Desde que foi lançado em 1990, no total dos concursos soma-se já 160 mil obras enviadas por crianças de 140 países. Pela primeira vez, este concurso de 2004/2005 é lançado a nível de cada grande Região do mundo e as crianças devem submeter os seus trabalhos de pintura a um dos cinco escritórios do PNUD mais próximos do seu país – Tailândia, México, Estados Unidos, Bahrein e Quénia. As pinturas podem ser enviadas em suporte de papal ou apresentados on-line ao site que se indica AQUI (clique) http://www.unep.org/tunza . Os nomes dos premiados serão anunciados a 22 de Abril de 2005 e as crianças-artistas contempladas irão a São Francisco por ocasião da Jornada Mundial do Ambiente, a 5 de Junho seguinte. Portanto, crianças portuguesas, pintem. Todas as informações sobre as condições de perticipação estão AQUI (cliquem) .

    28 setembro 2004

    Chega Agapito! O passarinho...

    O Embaixador Agapito, conhecido até nos aviões da TAP pelo seu vozeirão (quando estava no activo dizia-se que a sua garganta era uma arma de destruição maciça!) discou o nº 21 841 64 63...

    «Sem rodeios, diga-me e já quem é a Directora dessa Revista Atlantis!»
    Com tal voz, o outro lado rendeu-se:
    «A Directora é a Senhora Dr.ª Simonetta da Luz Afonso. Mas porque quer saber isso?»
    O Embaixador Agapito que escreveu um belíssimo ensaio intitulado ‘Como os passarinhos de um só olho pousam sobre um tabuleiro de xadrez’ , ilustrado com inebriantes fotografias captadas numa loja chinesa do Conde Redondo, entendeu o regurgito de curiosidade temerosa dos serviços da revista como uma provocação, só quem o não conhece:
    «Cale-se! Não percebe que quero enviar um artigo sobre passarinhos de um só olho, únicos no Mundo, para publicação? Confirma que a Dr.ª Simonetta é a directora?»
    Vinda do outro lado, o Embaixador Agapito segurou uma resposta sumida mas peremptória:
    «...naturalmente que sim... mas... esse projecto de publicação... primeiro... deve ser...dirigido à coordenadora e... depois... deverá marcar ... uma reunião com a Sr.ª Doutora Simonetta... Deverá solicitar uma entrevista à Senhora Doutora Simonetta... Mas... desculpe... passarinhos de um só olho? Como é isso possível?»
    O Embaixador foi aqui que engrossou a voz como um trovão, ele que não tolera ignorâncias muito menos na área dos passarinhos:
    «Cale-se! Você desconhece que o Camões tem um só olho mas que não é cego? Você não sabe que esse pássaro é único no Mundo e deve ser preservado? Cale-se! Cale-se!!!»
    E depois de desligar, olhou para o tecto da antiga Sacristia das Necessidades e desabafou naquele silêncio: «Caramba! Afinal é verdade! As Necessidades já controlam a Revista Atlantis!»

    Nações Unidas. Assembleia Geral. Atenção pequeninos portugueses que pintam.

    Para se ter uma ideia: Kofi Annan fez as contas e verificou que, só na semana passada, se encontrou separadamente com 49 Chefes de Estado, 14 Ministros de Negócios Estrangeiros e três outros Altos Funcionários. Na quinta-feira, foram vinte em fila.

    A Assembleia Geral decorre, o Conselho de Segurança (sob a presidência espanhola de Juan Antonio Yanez-Barnuevo) a 11 dias das eleições no Afeganistão toma «boa nota» dos preparativos e adopta o seu relatório anual a ser submetido ao plenário, o Secretário Geral reitera a obrigação de Israel em assegurar a segurança dos civis nos territórios ocupados, a relatora especial (Yakin Ertürk) da Comissão dos Direitos Humanos encarregada da questão da violência contra as mulheres (só agora, até sexta-feira) está em visita no Sudão e o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) convida as crianças de todo o mundo... a pintarem – é o concurso «Cidades Verdejantes, aberto até 31 de Janeiro de 2005. Como os portugueses pintam muito, sobretudo a manta (diplomática, NV vão dar algumas indicações para a miudagem pintora. Nunca se sabe se o vencedor poderá sair das nossas bandas.

    Muitas intervenções e de lugares logínquos da Terra, hoje, em Nova Iorque: o Presidente da Kirguísia, os MNE de Tonga, da Tunísia (em nome do Grupo Árabe), do Butão, do Togo, de São Kitts e Nevis, do Mali, da Etiópia, do Níger, das Ilhas Comores e ainda o chefe da Delegação da Palestina, havendo mais - São Marino, Brunei, Nepal, Moldova, Ilhas Salomão, Ilhas Mauirícias, Papua-Nova Guiné, Vanuatu, Camarões e Uganda.

    Bruxelas. «Afasta lá esse português...»

    O escândalo do Eurostat, possivelmente, deverá algum dia explicar muito do que está na base do afastamento de altos funcionários portugueses dos serviços da Comissão Europeia. Estamos a chegar lá mas seria melhor que a REPER, o MNE e, naturalmente, o gabinete do PM português chegue antes de nós.

    Há gente que «voou» do Eurostat para a Comissão, porquê? Porque voou, teria que ser encontrado lugar, de preferência lugar estratégico. «Afasta lá esse português...»
    Como se sabe, alguns dos antigos directores do Eurostat viram-se envolvidos num mecanismo de "desvios de fundos comunitários de grande envergadura". Mas, o escândalo não se fica por aqui, chegando mesmo à cúpula de poder da Comissão que reconheceu a fraude (provocou a queda de Santar e lançou Prodi e alguns comissários para o impasse vixinho da dúvida). Perto de seis milhões euros da Eurostat – a agência que recolhe e enquadra as estatísticas da UE - desapareceram. A maior parte do dinheiro parece ter sido desviada entre 1996 e 2001. “Sabemos que muito foi gasto em viagens, jantares, equitação e voleibol”, chegou a afirmar o deputado dinamarquês Jens-Peter Bonde.

    «Afasta lá esse português...» Acreditamos que o Dr. José Silva Domingos tem muito para contar sobre o seu afastamento do seu cargo de Director na DG EUROPAID.

    Briefing da Uma. Iraque, Sócrates, Sudão, Jardim e Telmo Correia

    Briefing da Uma. «Uma imprudência que vinga compromete a inteligência da coragem», teria voltado a segredar Robert Mallet aos ouvidos de Telmo Correia.

    1 – Iraque
    2 – Sócrates
    3 - Sudão
    4 – Vaticano e palavra de Jadim.
    5 – Telmo Correia

    1 – (O Egipto anunciou a promoção de uma conferência internacional sobre o Iraque. Portugal vai estar presente, em função do seu comprometimento?) - «Pelo que se sabe, essa conferência vai ocorrer na segunda quinzena de Outubro, envolvendo o grupo dos G8 – EUA, Rússia, Itália, Reino Unido, Canadá, França, Japão e Alemanha – e, para além de responsáveis do governo interino de Bagdad, os países fronteiriços do Iraque – Kuwait, Irão, Turquia, Síria, Jordânia e Arábia Saudita. Na agenda vai estar a questão da retirada norte-americana e a viabilidade de eleições no Iraque em Janeiro de 2005. A União Europeia, como entidade, não tem bilhete de identidade nessa conferência, por enquanto e tudo leva a crer que sem identidade se mantenha e, quanto a Portugal, como diz Sampaio, essa é uma competência do Governo. Somos muito claros.»

    2 – (Em matéria de política externa, sabe-se quais são as ideias de Sócrates, o novo líder do PS?) - «Sabe-se e elas foram expostas na conferência de Marraquexe onde activamente participou. Apenas não temos, infelizmente, é a cópia do discurso».

    3 – (Como comenta o pedido do Alto Comissário da ONU para os Refugiados, Ruud Lubbers, para que os sudaneses se entendam?) - «Ruud Lubbers, na verdade, solicitou às partes em conflito no Sudão para ‘se sentarem à mesa das negociações e resolverem as coisas’. Depois de tudo o que se sabe sobre o Sudão, sobre a qualidade do regime de Cartum e sobre os apelos de há tantos anos que retiram qualquer originalidade ao Alto Comissário da ONU, é o mesmo que dizer ‘matem-se uns aos outros’.»

    4 – (É verdade que Alberto João Jardim discursou do púlpito na inauguração da Igreja dos Álamos?) - «Pelo que hoje o jornal Público narra, será verdade e aconteceu na presença do bispo do Funchal, D. Teodoro Faria, e do pároco Manuel Luís. O bispo agradeceu os 35 milhões de euros em subsídios recebidos pela igreja nos dois últimos mandatos de Jardim. Como a diplomacia do Vaticano tem exactamente a mesma discrição que o Espírito Santo ostenta na Trindade, desconhece-se em absoluto como D. Teodoro Faria explicará ao Papa, na próxima visita Ad Limina no Vaticano, a cedência do púlpito de onde, em princípio, apenas pode sair a palavra de Deus ou a Palavra do Senhor. Notável e ficamos mais crentes.»

    5 – (Telmo Correia quer acções de promoção do Turismo Português conjuntamente com a Espanha. É uma nova estratégia para acção externa do Estado?) - «Desculpem, mas essa é uma matéria sobre a qual nos vamos pronunciar na devida oportunidade. Não queremos, por ora, provocar fricções no Governo.»

    Bruxelas… Abertura.

    Ao que sabemos, até agora, foram afastados da Comissão Europeia por processos escabrosos e expedientes persecutórios, os seguintes altos funcionários portugueses:

  • Ataide Portugal
  • Leite de Magalhães (que teve mesmo um enfarte no miocárdio)
  • Mesquita da Cunha
  • Carlos Reis
  • Paula Valério
  • José Silva Domingos (do cargo de Director na DG EUROPAID)

    E surge agora mesmo outro caso, o do diplomata José Sequeira Carvalho, na sequência de um atestado elaborado pelo médico do conselho da Comissão (Serve Dolmans) cuja falsidade o funcionário português reclama pelo que apresentou queixa-crime na justiça belga.

    Já são, de facto casos a mais, e este último, pela documentação que já conseguimos obter, brada aos céus.

    Sabemos que eurodeputados portugueses receberam uma missiva de José Sequeira Carvalho informando-os do caso e cuja cópia nos foi facultada por um dos representantes portugueses no PE. O documento refere o nome de uma luso-holandesa como estando na origem do processo persecutório.

    Naturalmente que Benard Petit, o director da Comissão com quem José Sequeira Carvalho trabalha tem uma palavra a dizer sobre a matéria, que é melindrosa pelos interesses e personalidades que podem implicar, designadamente lobies de outras nacionalidades interessadas nas posições portugueses dentro da Comissão Europeia. É como quem diz: «Despacha aquele português para a gente meter um nosso».

    Vamos seguir este caso que em nada abona as instituições europeias. Se este é um indício do que o futuro nos reserva, então não, obrigado.
  • 27 setembro 2004

    Pergunta directa a Simonetta Luz Afonso

    Excelentissima Senhora
    Dr. Simonetta da Luz Afonso

    É verdade ou é falso que acumula as funções de Presidente do Intituto Camões com as de Directora da Revista da TAP, a Atlantis?

    Diga-nos, com urgência, como é óbvio.



    Briefing da Uma. Consulado-Geral de Portugal em Toronto: inquérito em curso, resultados na próxima semana.

    Briefing da Uma. Regra que todos os cônsules deveriam seguir: «Beneficium accipere, libertatem est vendere», aceitar um benefício é vender a liberdade. A regra é do antiquíssimo latino Publílio Siro.

    1 – Toronto
    2 – Cimeira Portugal-Espanha

    1 – (Que desenvolvimentos prevê para o Consulado-Geral em Toronto?) - «Podemos adiantar que o MNE vai proceder a um inquérito sobre o incidente que envolveu o diplomata Artur Magalhães, titular desse posto. Os resultados do inquérito, a ser conduzido pelo Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Carlos Gonçalves, serão apresentados ao Ministro na próxima semana. O diplomata Artur Magalhães foi formalmente chamado pelas Necessidades a Lisboa, estando completamente posta de lado, neste momento, a hipótese de regresso ao posto. O Ministério está a ponderar, para breve, a nomeação de um novo Cônsul-Geral com perfil adequado. A decisão apenas poderá retardar em caso de recusa por parte de diplomatas, sabendo-se que as Necessidades, em função do que episodicamente tem ocorrido nessa importante e estratégica área consular, querem evitar uma nomeação compulsiva. Por outras palavras: o MNE quer em Toronto um diplomata motivado, com currículo prestigiado e provas dadas. Vai ser difícil mas não é impossível.»

    2 – (Não diz nada sobre a próxima cimeira ibérica?) - «Em primeiro lugar não se trata de uma ‘cimeira ibérica’ – para tanto, Andorra que é um Estado soberano e com relações diplomáticas com Portugal, teria que participar. É uma Cimeira Luso-Espanhola e nada mais. Naturalmente que falaremos desta cimeira que decorrerá na próxima sexta-feira, 1 de Outubro, em Santiago de Compostela (Galiza). Os espanhóis derramaram muito verniz diplomático sobre o Presidente da República Portuguesa mas qualquer verniz pode estalar. Estamos atentos. A Ponte da Ajuda não ajudou nada e mais uma vez obriga a reler a Constituição Portuguesa que, Deus nos acuda, ainda não é letra morta.»

    Olivença. O IPPAR visado.

    De Carlos Luna (prof.História, Estremoz), texto arquivado em Notas Formais:

    «Com estupefacção, soube-se que a Espanha apresentara novo projecto ao IPPAR, a que este não respondeu, talvez por considerar o seu primeiro "não" definitivo, e que tal ausência de resposta fora interpretada como um sim ao recomeço das obras por Madrid, já a partir de Outubro de 2004 (Jornal "Hoy", Badajoz, 11 de Setembro de 2004), a "confirmar na Cimeira Ibérica de 1 de Outubro"(!) .Pior, a Junta da Extremadura (espanhola, evidentemente), declarou, por essa altura, a Ponte da Ajuda "monumento extremenho/espanhol"... sabendo perfeitamente que a mesma fora declarada monumento português desde 24 de Janeiro de 1967. O que significa que tomou uma decisão unilateral, com laivos ofensivos.Mesmo porque, a 25 de Junho deste ano, todos os partidos políticos parlamentares portugueses concordaram, sem excepção, que havia dúvidas fundamentadas sobre a administração espanhola em Olivença!»



    O que diz o IPPAR ao MNE, ou o que é que o MNE pode perguntar ao IPPAR?

    Correio do Canadá. Fernanda Leitão

    De Fernanda Leitão, recebemos narrativa comentada do que se passou em Toronto. Está na íntegra em Notas Formais.

    Polémica.

    26 setembro 2004

    Toronto. Esclarecimento de Notas Verbais

    Esclarecimento.

    1 – Por princípio, NV não se alimentam do escândalo nem desse grande rosário dos acertos de contas entre alguns diplomatas em competição por postos, promoções e comissões. Em todas as chancelarias do mundo há coisas destas - a portuguesa não é a única que ostenta excepções sediciosas à diplomacia pura – mas não entramos nesse campo. O que não significa que não se tenha que alertar para ocorrências ou incidentes que, implicando desta ou daquela forma uma relação do Estado Português com outro ou outros Estados, arrastem matéria eventualmente susceptível de provocar escândalo. É o caso de Toronto, como foram outros casos no passado e noutras paragens - umas vezes a favor de diplomatas que surpreendemos literalmente triturados pela Injustiça (que também tem a sua organização própria), outras vezes escrutinando diplomatas ou mesmo outros funcionários do MNE sobre matérias de relevante interesse público.

    2 – Estamos perfeitamente à vontade para dizer que nada nos move contra a pessoa do diplomata Artur Magalhães, antes pelo contrário, como ele próprio sabe e não pode desconhecer. E tanto assim que devemos esclarecer que evocados problemas nos postos anteriores (Versalhes e Bissau) que deram azo a autos de averiguações que se revelaram inconclusivos, não se revelaram «apenas inconclusivos» mas «tinham que se revelar inconclusivos» sobretudo no caso de Versalhes porque se se revelassem conclusivos, bastantes, muitos diplomatas teriam de passar pela mesma fieira. E esse até foi um caso daquela Injustiça de que o diplomata Artur Magalhães, por pouco, não foi vítima. Portanto, esse passado está limpo e explicado. Temos todo o processo na mão até à «conclusão final» e estamos em condições para garantir isso. A colocação em Toronto não foi pois um prémio, foi de alguma forma um acto de ressarcimento. Se o dissemos ao Ministro da ocasião, não podíamos deixar de o repetir, com razões e motivos mais justificados, aos Leitores de NV, diplomatas ou não.

    3 – As primeiras informações sobre o caso de Toronto, não foi o PTvirtual a prestá-las numa breve do dia 23, nem NV na manhã do dia 24, naturalmente que sem o rigor de uma inspecção consular… Foi o próprio diplomata no dia 22 para os funcionários do posto consular, sobre um facto cujo desfecho se revelaria grave, ocorrido um mês antes - 21 Agosto. Decorreu, portanto, um mês – mais do que tempo para uma averiguação idónea que acautelasse os direitos do diplomata e a imagem do Estado.

    Diga-se agora que pouco depois do dia 21 de Agosto, NV tiveram conhecimento do essencial do caso mas nada revelaram para não ferir a serenidade de uma justificável diligência oficial, tal como agora mesmo sabemos de outros casos e nada, nada diremos até ao momento que, com erro mínimo, julguemos oportuno revelar. Não somos nem queremos ser inspecção diplomática, muito menos consular. Essa actividade tem sede própria e pertence ao Estado através do MNE. Quando muito compete a NV que tem autoria assumida e não é coisa encapotada, anónima ou pseudónima, escrutinar a inspecção antes mesmo dos inspeccionados cujos direitos colocamos à frente de tudo.

    4 – A comunicação do diplomata aos funcionários, no dia 22, provocou o rápido alastrar da matéria cujo ponto ou momento publicamente mais melindroso, para a imagem de Portugal, não seria a breve de PTvirtual nem o relato de NV com base em várias fontes (temos várias em Toronto e quem menos imaginam, descansem algumas consciências) mas sim, no mesmo dia 24, a comunicação formal do porta-voz da Ontário Provincial Police nos noticiários da OMNI News, a televisão multicultural canadiana, onde produziu a grave afirmação de ter havido agressão por parte do diplomata. Artur Magalhães diz que isso não é verdade, os que estavam com ele também dizem que não. Mas decorreu um mês até se chegar a esta lamentável e, repete-se, melindrosa situação. Um mês. Do que se estava à espera?

    5 - Naturalmente que o prestígio de Portugal no Canadá, felizmente de lés a lés, não vai ficar afectado porque esse prestígio não assenta em cônsules mas nas Comunidades Portuguesas cujas qualidades temos visto serem reconhecidas pelas mais diversas personalidades e decisores canadianos, sabendo estes e todos nós que em todo o lado há nódoas e que Portugal não está imune às nódoas no seio das suas próprias comunidades. O que não quer dizer que Portugal, com esse capital de prestígio, não tenha que acautelar a sua imagem a todo o momento e essa imagem, independentemente do prestígio dos cidadãos emigrantes, acautela-se, à cabeça, com a máquina de embaixadores, cônsules e funcionários colocados nos serviços externos. Por isto nos batemos, vai para mais de 30 anos no Jornalismo Profissional e não é agora que deixaremos de o fazer nestes intervalos de complementar Jornalismo de Cidadania que não é apenas «jornalismo pessoal», como o meu amigo Mário Mesquita sugere que seja. É verdade que alguns episódios polémicos do passado têm sido escapatória ou mesmo aceitavelmente explicados no e para o Canadá. Em Portugal tais episódios também acabaram por não produzir efeitos ou por intervenção de cunha ou por mérito daquele consenso segundo o qual os direitos a informar e a ser informado serão faces de uma mesma malvadez…

    6 – Sobre o caso de Toronto, NV aguardam uma explicação oficial e mais do que nós, por certo, a Comunidade Portuguesa aguarda. Pouco mais diremos sobre o caso, o que não impede que não arquivemos em Notas Formais as versões que nos fizerem chegar. A começar pela de Artur Magalhães e, se possível, em directo e não por terceiros uma vez que em Toronto, ensina a consola do passado, há terceiros que são mais consulistas que o cônsul.

    Carlos Albino

    25 setembro 2004

    O caso do cônsul de Toronto. Ou o Canadá pede desculpas ou Portugal explica e depressa.

    Das duas uma: ou as autoridades policiais do Canadá abusaram da autoridade e Otava terá de pedir desculpas a Lisboa, ou não foi assim e Lisboa esclarece e será bom que o faça depressa, uma vez que decidiu.

    O jornal electrónico Sol Português publica hoje, em prosa não assinada, a sua versão dos acontecimentos – diz que o MNE, ao afastar o cônsul, «hostiliza» a comunidade portuguesa local, que houve «inabilidade de várias partes», que os agentes policiais canadianos, em suma, cometeram abuso de autoridade, que o cônsul Artur de Magalhães já fez saber ao Embaixador Silveira de Carvalho que gostaria de ir a Tribunal para clarificar tudo, desde que isso não seja desprestigiante para Portugal e que o mesmo Embaixador em Otava, disse não lhe ser possível prestar declarações sobre o caso uma vez que este está pendente...

    O texto está na íntegra em Notas Formais.

    Seria de esperar das Necessidades

    Sim, seria de esperar já uma Nota Oficial das Necessidades das Necessidades a explicar, com rigor, o que se passou em Toronto. Antes que o caso turve mais porque turvado já está com uma funcionária consular a aproveitar o pretexto para que se permita criticar o Embaixador de Portugal em Otava. O que é isto?

    Galhofa de Toronto.

    Uma funcionária do Consulado-Geral de Toronto, Arlete Antunes, veicula através do fórum PortugalClub uma versão digna de registo porque fala de infiltrações «pidescas» naquele posto - o que é grave. Está na íntegra em Notas Formais.

    O diplomata Artur Magalhães e o Embaixador Silveira de Carvalho têm a palavra e todo o espaço.

    Macau.

    Eduardo Cintra Torres, em Macau, disse mais ou menos isto, em português corrente:

    中方感谢你应阿拉伯小组和不结盟运动的要求召开此次会议。7月9日,国际法院就以色列在巴勒斯坦被占领土上修建隔离墙的法律后果提出了权威性的意见。国际法院认为,以修建隔离墙的行为违反了国际法,有义务停止修建并拆除已建在巴被占领土的隔离墙,赔偿因修墙而对巴勒斯坦造成的一切损失。国际法院还建议联合国、特别是联大和安理会应参照其咨询意见考虑采取进一步行动,终止以修墙而造成的非法局面。我们认为,维护国际法在解决国际事务中的权威是国际社会的共同责任。国际法院的咨询意见虽不具有法律上的约束力,但有关各方应予认真对待。我们希望这一意见能够有助于推动中东和平进程取得积极进展。中东问题错综复杂,战争与暴力没有带来和平,修建隔离墙也不可能保证以方安全。历史反复证明,通过政治谈判解决争端才是实现地区长治久安的唯一正确途径。目前,国际社会正围绕打破以巴和谈僵局展开积极促和行动,我们呼吁有关各方抓住机遇,开展对话,努力恢复互信,争取早日回到和谈的正确轨道上来。谢谢主席。

    Ou reproduziu, tanto faz.


    Briefing da Uma. O Brasil nuclear. Lusofonia.

    Briefing da Uma. «De 1500 a 2003, Portugal e o Brasil sempre se envolveram numa irmandade algumas vezes ambígua, criticada por pessoas menores e defendida por quem de direito», diz o Embaixador Francisco Knopfli no prefácio da colectânea ‘As Políticas Exteriores de Brasil e Portugal – Visões Comparadas’. Em 2004 tudo poderá ser já diferente...

    Ponto prévio: A questão dos contratos ilegais no Instituto Camões é abordada em Notas Formais (Dos Leitores) . Ainda (clicar) em Notas Formais pode ler uma missiva sobre os fantasmas da Capela das Necessidades e ainda, na íntegra, o discurso com que Kofi Annan brindou a Organização Internacional da Francofonia, no banquete anual francófono em Nova Iorque (sexta-feira).

    1. Brasil
    2. Lusofonia

    1 – (A posição do Brasil perante a Agência Internacional da Energia Atómica merece algum comentário de Portugal?) - «Portugal não tem que se pronunciar sobre essa matéria embora deva seguir com muita atenção o diálogo de Brasília com a AIEA. Como os senhores sabem as pretensões nucleares do Brasil não se inscrevem no quadro da concertação político-diplomática da CPLP e muito menos consta por entre os items de consulta bilateral recíproca. Continuamos a acreditar que o Brasil não seja a Coreia do Norte e que também não seja o Irão no seu pior, nessa matéria. Não há posição oficial nem pode haver.»

    (Mas com a atitude de recusa às inspecções internacionais, o Brasil não pode ver prejudicada a sua pretensão a um lugar permanente no Conselho de Segurança, enventualmente com direito a veto?) - «Pode ficar seriamente prejudicada essa pretensão brasileira, se a recusa não for explicada em termos aceitáveis e equacionáveis. Oh! Como eu gosto de usar esta palavra equacionáveis!»

    (Notas Verbais podem adiantar se o Brasil já forneceu tais explicações equacionáveis, palavra que o comove?) - «Notas Verbais podem adiantar que até agora é apenas sabido que deputados petistas ou do Partidos dos Trabalhadores, no poder, que integram a Comissão de Minas e Energia da Câmara questionaram ontem o rigor adoptado pela Agência Internacional de Energia Atómica, que criticou o governo brasileiro pela restrição na inspecção da central de enriquecimento de urânio em Resende, no Rio de Janeiro. A inspecção foi autorizada, mas os agentes da AIEA não podem ter acesso aos segredos industriais de centrifugação de combustível. NV confirmam que as negociações entre o governo brasileiro e a AIEA já duram meses. O governo de Lula da Silva permite que os inspectores da agência visitem a central de Resende, inclusive tenham acesso à centrifugação, mas não aceitam transmitir informações tecnológicas sobre o enriquecimento do urânio. O processo de centrifugação de combustível desenvolvido no Brasil é inédito e de baixo custo, o que desperta a atenção internacional.»

    (Isso é pouco e parece guião para telenovela. Notas Verbais devem saber mais alguma coisa...) - «Desconhecemos se a Embaixada em Brasília já transmitiu ao MNE António Monteiro declarações, divulgadas por exemplo ontem mesmo pelo deputado Fernando Ferro, segundo o qual «trata-se de uma pressão descabida da agência. Há interesses políticos fortíssimos por trás. Na dá para simplesmente entregar procedimentos de tecnologia que são de domínio interno». Acrescentou Fernando Ferro, tomem nota: “Não podemos expor tecnologicamente o que foi conquistado com muito esforço e pesquisa. A agência não tem essa mesma postura com relação aos Estados Unidos, onde também existem restrições no acesso a tecnologias. Mas a diplomacia brasileira terá competência para contornar esse problema”. Outro membro da Comissão parlamentar de Minas e Energia, o deputado Mauro Passos, também defende a inspecção da AIEA, mas sem acesso a informações industriais estratégicas. “O que surpreendeu foi o desenvolvimento tecnológico brasileiro na área de centrífugas, que reduzirá o custo de centrifugação do urânio e ficará bem abaixo dos preços atuais”, segundo Mauro Passos, ainda segundo o qual o processo mais económico de enriquecimento de urânio desenvolvido pelo Brasil como as reservas do combustível, que são abundantes no país, podem despertar desconfianças em alguns meios internacionais. “É uma preocupação descabida de quem não nos conhece. Visitei as instalações em Junho com outros parlamentares e não há nenhuma restrição”, disse o deputado petista.»

    2 – (Porque é que a Lusofonia se ausenta das Nações Unidas?) - «A versão oficial é conhecida de há muito – é uma organização jovem... Oficiosamente podemos adiantar que caso se apresentasse mais, internacionalmente e em particular nas Nações Unidas, revelar-se-ia uma organização de velhos, de prateleiras douradas, de mordomias úteis e de chinesices protocolares de onde até Macau está ausente. Em diplomacia há que escolher entre o velho e o novo.»

    Toronto. O Telediário do OMNI News disse o suficiente.

    Da nossa Inspectora Diplomática para os países da América do Norte, Ministra Plenipotenciária de 1.ª Classe, Crystinna Ayres de Azevedo do Carvalhal Pessanha e Távora:

    Passo a transmitir:

    Ontem, sexta-feira, às 17 horas locais de Toronto, o Telediário em língua portuguesa da estação OMNI News, apresentou uma peça de João Vicente e Clara Abreu, que foi correcta e bem explicada.

    E assim, toda a comunidade ficou a saber que:

    - o porta-voz da OPP (Ontario Provincial Police, um dos ramos da Royal Canadian Mounted Police) afirmou peremptoriamente que, convidado a sair do carro, mostrar os documentos e fazer o teste de alcoolémia, o diplomata Artur Magalhães recusou iradamente, invocando o seu estatuto de diplomata, a conversa engrossou, os agentes chamaram por oficiais superiores e, entretanto, tiraram-no do carro. Foi então que o diplomata português os agrediu, teve de ser dominado, levou voz de prisão e algemas. Chegou uma oficial que, muito sabida e calmamente, ouviu o aranzel todo, negociou com o diplomata português levantar o mandato de prisão contra o teste de alccolémia, e ele aceitou, após o que lhe mandou passar uma multa simbólica e lhe disse que seguisse caminho: "it´s over, you can go home". É aqui que entra a profunda ignorância e imprudência do diplomata: acreditar que, em vez de estar em Toronto, estava em Bissau ou, na melhor das hipóteses, na Reboleira sur Lisbonne e que, portanto, ficava tudo numa boa;

    - A oficial da OPP, coadjuvada pelos agentes, consulta o Canadian Foreign Affairs e este responde secamente que, em casos destes, não há imunidade, diplomática ou outra, encarregando-se de comunicar ao embaixador português a situação e o desagrado (que é como quem diz, "o vosso homem é persona non grata");

    - Silveira Carvalho, precisamente porque Toronto não é Bissau, não pode oferecer um cover up igual ao do passado. É encostado à parede pelo despautério do cônsul, vê-se obrigado a comunicar a Lisboa o enredo todo. O MNE, pelos vistos, percebeu que não havia nada a fazer senão remover o Magalhães;

    - Entretanto, o diplomata Artur Magalhães, em vez de ter uma conversa directa com o seu superior hierárquico, prefere mostrar os arranhões que as algemas lhe deixaram nos pulsos à funcionária consular casada com o correspondente da Lusa, e pede segredo. A funcionária cala-se e vai passando informação unilateral ao marido, que sai hoje à rua, no semanário Sol Português, com uma prosa que um bom tapete teria escrito. Um nojo. A começar logo pelo título: MNE INSULTA COMUNIDADE PORTUGUESA;

    - Quando recebe a guia de marcha do MNE, com indicação de data de embarque e de termo de honorários, em vez de falar com o de Otava, ou de calar-se, faz aquele bendito almoço de ontem, dentro do consulado, onde por grande acaso havia uns gandulos de clubes suspeitos de fazerem negociatas. A comida é portuguesa, gostosa e de farta-brutos, o champagne corre, e é aí que a mesma funcionária se mostra indignada com a injustiça e propõe que os colegas todos a ajudem a angariar assinaturas na comunidade para cartas de protesto a dirigir ao MNE, a delegada sindical Clara Santos (que tem uns episódios catitas com cônsules) avança que mete nisso o sindicato dos empregados consulares, há mais um ou dois que alinham, o diplomata anima-se, acha bem, desata a língua num lavar de roupa suja contra o MNE;

    - Esfumados os vapores do champagne de ontem, hoje os funcionários do consulado começam a fazer marcha atrás, começam a ser interrogados por muitas pessoas da comunidade que os alertam para a inconsistência da versão do diplomata e, nesta altura do campeonato, já muito poucos o defendem. Porque, para além do mais, diz-se que o diplomata hostilizou sempre a parte sã da comunidade, ligando-se de alma, e cporação, talvez sem se aperceber, à parte das golpadas e das negociatas. Não há volta a dar a isto.

    - Convidado hoje a pronunciar-se, o Embaixador Silveira de Carvalho declarou que não tinha comentários a fazer. Pois claro que não e por aí se percebe o apertão vexatório que deve ter levado do lado canadiano (como outrora levou o embaixador Navega, no tempo do Tânger Correia, quando o Foreign Affairs exigia saber algo que. O homem ficava sem fala. Caixas e caixas de bebidas a um restaurante português!!! Era um negócio da China).
    Deus sabe o que haverá ainda por detrás de tudo isto.

    Que inferno é esta diplomacia sem inspecções, sem preparação, sem nada.

    Toronto tem tido um azar dos diabos.

    Não imagina como o nome do Emabiaxador António Montenegro, agora na chefia da Missão Portuguesa no Senegal e que por Toronto passou como Cônsul-Geral, tem sido invocado, com saudade e respeito, desde ontem.

    24 setembro 2004

    O caso do Cônsul-Geral em Toronto

    Sim. Dizem-nos que o diplomata Artur Magalhães tem outra versão dos acontecimentos que o afectaram e que garantem-nos que tal versão não favorece por aí além o Embaixador em Otava, Silveira de Carvalho.

    Aguardamos, pois duas versões:

    1. A do diplomata Artur Magalhães, legitimamente, claro.
    2. Eventualemte a do Chefe da Missão em Otava, caso se justifique, também muito claro.

    Mas o episódio é triste e a área consular de Toronto parece embruxada e de há muito.